Árvores anciãs são essenciais para a resiliência de florestas, diz estudo
Pesquisa identificou que indivíduos mais antigos contribuem com a diversidade genética e a capacidade de adaptação à mudança do clima
Árvores históricas, que estão vivas há centenas de anos, são extremamente importantes para sustentar as habilidades de populações inteiras de adaptação à mudança do clima. A pesquisa foi realizada por cientistas da instituição Morton Arboretum, nos Estados Unidos, da Universidade de Tuscia, na Itália, e da Universidade de Barcelona, na Espanha.
Essas árvores costumam ser dez a vinte vezes mais velhas do que as comuns em uma floresta e representam menos de 1% de uma população. Por causa da idade avançada, as senhoras do bosque conseguem mudar radicalmente a diversidade genética e a composição de outras ao redor. O estudo identificou que essas árvores contribuem com propriedades evolucionárias das florestas, que são vitais para a sobrevivência no longo prazo.
De acordo com o diretor do Morton Arboretum, Chuck Cannon, e pesquisador envolvido no estudo, os cientistas analisaram padrões demográficos que se formaram em florestas antigas ao longo de milhares de anos. “Uma pequena proporção de árvores surge como ‘ganhadoras da loteria’, quando alcançam idades tão avançadas que fazem pontes com ciclos ambientais de séculos”, disse Cannon.
“Nos nossos modelos, essas árvores raras e antigas provam que são vitais para uma capacidade de adaptação de longo prazo de uma floresta, o que amplia substancialmente a extensão temporal da diversidade genética geral da população”, explicou.
Segundo os autores, as árvores antigas sobreviveram a inúmeras mudanças ambientais ao longo de centenas ou milhares de anos. Essa resiliência genética é passada para a floresta. Além disso, elas prestam serviços inestimáveis ao ecossistema ao fornecerem um habitat para espécies ameaçadas e sequestram uma quantidade desproporcional de carbono em comparação com as árvores maduras tradicionais.