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Startup chilena chega ao Brasil com bioplástico que se degrada em 20 meses

A BioElements prevê faturar 40 milhões de dólares em 2022 e expandir a atuação no mercado brasileiro

Por Jennifer Ann Thomas Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 25 Maio 2022, 16h51 - Publicado em 25 Maio 2022, 14h47
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  • Um dos grandes desafios para reduzir a poluição por resíduos sólidos é substituir os plásticos, principalmente os de uso único. Ao mesmo tempo em que o material permitiu avanços para a qualidade de vida, como na medicina e em utensílios domésticos, a produção desenfreada e sem a destinação adequada após o descarte fez com que ele se tornasse uma praga no meio ambiente. Agora, a startup chilena BioElements quer mudar este cenário.

    Fundada em 2014, a BioElements desenvolveu a fórmula de bioplástico batizada de BioE-8, uma resina de base vegetal, com capacidade de degradação em um período de seis a 20 meses. A resina é usada em produtos como sacolas e embalagens, por exemplo, que podem se tornar alternativas mais sustentáveis. Na natureza, o plástico convencional pode levar até 400 anos para se degradar. A empresa atua em oito mercados: Estados Unidos, México, Colômbia, Peru, Chile, Paraguai, El Salvador e, agora, Brasil.

    Para 2022, a previsão de faturamento é de US$ 40 milhões, um crescimento de 54% em relação a 2021, quando o faturamento foi de US$ 26 milhões. Os bioplásticos ainda respondem por menos de 1% dos 359 milhões de toneladas de plásticos fabricados anualmente no mundo, segundo a associação European Bioplastics, que representa o setor.

    De acordo com o cofundador e CEO da BioElements, Ignacio Parada, a ideia surgiu quando o Chile decidiu proibir o uso de sacolas plásticas. “Meu estalo foi: como pode ser que vão proibir alguma coisa? As proibições no mundo acontecem quando não se tem inovação. Começamos o projeto com uma ideia muito clara de criar um produto biodegradável e não tóxico”, disse.

    Um dos pilares da startup é formar parcerias com universidades e instituições de pesquisa. A primeira foi com a Universidade do Chile e, no Brasil, a BioElements conta com o apoio da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Além disso, cinco universidades e um laboratório da América Latina também avaliaram os bioplásticos, assim como o Sistema de Resíduos Orgânicos (OWS) Lab & Consulting da Bélgica.

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    Mesmo entre os produtos biodegradáveis que existem no mercado, há dúvidas quanto às condições necessárias para que o material entre em decomposição e o tempo necessário para isso. “Os testes feitos com a nossa resina comprovaram que o material é degradável com a ação dos fungos presentes em todos os tipos de ambiente, com ou sem oxigênio, e a altas e baixas temperaturas”, afirmou Parada. Além disso, os estudos mostraram que a BioE-8 não deixa resíduos tóxicos no ambiente.

    A expansão para o Brasil foi um caminho natural pela posição geográfica e o potencial de mercado. “A ideia é que o Brasil se torne o país mais importante para a BioElements, considerando o interesse que existe pela empresa. Queremos nos tornar um parceiro para a indústria, para o e-commerce e o varejo. Acreditamos que será uma aliança muito boa”, disse. O primeiro cliente no Brasil é o outlet online Privalia, que vende roupas femininas, masculinas e produtos para o lar e de gastronomia, que tem mais de 16 milhões de usuários.

    De acordo com dados do Banco Mundial, o Brasil é o quarto maior produtor de lixo plástico do mundo (atrás apenas de Estados Unidos, China e Índia), com o descarte de quase 80 milhões de toneladas por ano.

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