10 coisas que só quem viaja aprende
"O mundo é um livro e aquele que não viaja lê sempre a mesma página", já dizia Santo Agostinho
Outro dia estava sem rumo na internet, quando vi uma página que me chamou a atenção. Era algo na linha “As 50 frases mais inspiradoras sobre viagens”.
Duas delas se destacaram pra mim.
A primeira, de Mark Twain, escritor norte-americano. “Daqui a 20 anos você estará mais decepcionado com as coisas que você não fez do que com as que fez. Então solte as amarras e navegue para longe do porto seguro. Deixe o vento soprar em suas velas. Explore. Sonhe. Descubra.”
E a outra, atribuída a Santo Agostinho. “O mundo é um livro e aquele que não viaja lê sempre a mesma página.”
Né? Pra mim não jeito melhor de aprender sobre o mundo e sobre nós mesmos do que viajando. Viajar é ter aulas práticas e não teóricas. É aprender com a mão na massa. É aprender na marra.
E como a gente aprende… cheguei a uma lista com dez coisas principais. Mas certamente há outras tantas. Quer me ajudar? Liste mais algumas que você aprendeu viajando!
Aprendemos…
… a colecionar momentos, não coisas
Quem viaja sabe que muitas das melhores coisas da vida não podemos colocar na mala e despachar. São as experiências, os pores do sol, aquele passeio gostoso, a caminhada em boa companhia, aquela noite especial, o jantar inesquecível, a sensação de ver aquele lugar pela primeira vez… Com o tempo, começamos a colecionar as coisas na nossa memória e não na nossa bagagem de mão. E os souvenirs que compramos na lojinha passam a ser uma maneira de nos transportar àqueles momentos.
… que estar sozinho não significa estar solitário
Já disse que eu prefiro viajar acompanhada do que sozinha, mas também já falei aqui das vantagens de viajar sem companhia. E estar sozinho em uma outra cidade ou outro país pode ter muitas vantagens, como você fazer seus próprios horários ou se concentrar mais nas experiências. Sair de casa sozinho não significa que você terá de fazer todas as refeições sozinho e que só vai conversar quando estiver no FaceTime. Pelo contrário, é uma ótima maneira de sair da nossa zona de conforto e se abrir a novas pessoas.
… que podemos fazer amigos em qualquer lugar
Completando o item acima, viajar é uma oportunidade para conhecer gente diferente, com culturas, raças e hábitos diferentes dos nossos. Um sorriso aqui, uma palavra na língua local ali ou um Pelé e Neymar acolá podem dar início a uma longa conversa e, por que não, a uma grande amizade. Mas é preciso estar aberto e disposto a conhecer outras pessoas e não ficar enterrado na tela do telefone a viagem inteira.
… que a língua não é uma barreira
Pode até parecer que sim. Mas só se nenhum dos lados estiver disposto a se entender. Quem nunca se pegou fazendo mímica ou traduzindo palavras no celular para se fazer entender em outro país? Basta boa vontade e, claro, paciência. Nunca vou esquecer quando fui ao Japão uma vez e queria ir ao cinema. Desci do metrô e não sabia onde era a sala. Vi duas senhorinhas com carrinhos de feira paradas na rua, conversando. Cheguei para elas e mostrei o nome do cinema num papel, falando em inglês. Nenhuma delas falava outra coisa que não japonês. Uma delas segurou na minha mão e fez um sinal para que eu esperasse. Ela se despediu da amiga e pediu que eu a seguisse. Andamos cerca de quatro quadras até que ela parou e apontou para o cinema. Arigatô, arigatô!
… que não existem erros quando viajamos
Quem nunca estava atrás de um lugar X em uma viagem, errou o caminho e descobriu algo muito mais legal? Errar quando estamos viajando faz parte da experiência. Basta ter jogo de cintura, paciência e não se colocar em risco. O resto, a gente tira de letra. Se perder nas ruas das cidades, andar sem um destino específico e não ter planos rígidos é essencial para aproveitar ao máximo uma viagem (e a vida!). Uma das coisas que adoro fazer quando viajo com amigos é sair e cada um dar um comando. Viramos à direita aqui. Seguimos reto ali. Esquerda agora. Esquerda novamente. Sempre nos divertimos e encontramos coisas inesperadas. Já tentou?
… a relevar algumas coisas
Se a gente for se estressar com o voo que atrasou, com o quarto do hotel que não era como esperávamos, com a comida que chegou ligeiramente fria, com a fila para entrar no museu, etc, a gente simplesmente vai voltar de viagem mais estressado do que foi. Quando viajamos temos de aprender a relevar algumas coisas que estão fora do nosso controle. Seja pela cultura que é diferente, pelos costumes locais ou por qualquer outro motivo, não podemos esperar que tudo funcione como estamos acostumados. É preciso relaxar e aproveitar. Afinal o que importa não é o destino e sim nossa jornada até ele.
… a abraçar o desconhecido
Sim, o que a gente não conhece pode até dar medo. E quando viajamos há muitos “desconhecidos”… outro país, outra língua, outra cultura, outra comida. Somos forçados constantemente a sair da nossa zona de conforto. Mas é justamente isso que nos faz aprender e nos “força” a crescer. Basta pensar como você era quando viajou pela primeira vez e como é hoje. Às vezes eu rio só de lembrar as besteiras que já fiz quando estava começando a viajar. Mas quem nunca?
… que o mundo é enorme e minúsculo ao mesmo tempo
Quando viajamos para outro país somos bombardeados com novidades o tempo todo. Culturas, raças, hábitos, comidas, religiões, arquitetura, cores e cheiros. Sim, a variedade é enorme. Mas, no fim das contas, todos nós estamos fazendo as mesmas coisas: trabalhando, criando famílias, nos divertindo. Desembarcar em um aeroporto do outro lado do mundo pode ser uma experiência apavorante, mas no fundo, todos estarão fazendo a mesma coisa em qualquer parte do mundo: pegando as malas, fazendo check-in, pedindo taxis…
… que não precisamos de muito para viver
Você já parou para pensar que quando faz sua mala para viajar basicamente está colocando o que você precisa para sobreviver (tirando comida e coisas não materiais, claro)? Algumas roupas, sapatos, itens de higiene e objetos pessoais. Claro que (quase) ninguém vive uma vida inteira só com estas coisas, mas é um bom exercício para se fazer. Muitas vezes não paramos para pensar e criamos necessidades que não são verdadeiras necessidades. Já pensou nisso?
… quem somos de verdade
Quando estamos na nossa rotina de trabalho-casa-academia muitas vezes simplesmente ligamos o piloto automático e não paramos para prestar atenção a nós mesmos. Almoçamos porque está na hora do almoço e vamos à academia porque temos que ir. Mas quando viajamos temos tempo para nos escutar e fazer o que nosso corpo e nossa alma querem. Quem nunca emagreceu viajando porque passou a escutar o corpo e só comia quando tinha vontade? Ou resolveu mudar o estilo de vida depois de voltar de uma viagem. Mais que conhecer outro lugar, viajar é conhecer a nós mesmos.