Sorte justifica 2017 ter sido o ano mais seguro no ar, diz estudo
Segundo estudo anual feito por empresa de consultoria holandesa, o ano passado registrou apenas dois acidentes fatais e 13 mortes
Você é da turma que tem pavor de viajar de avião e só de pensar em ficar horas trancado numa aeronave suas mãos já começam a suar?
Calma, calma, não quero assustar ninguém! Muito pelo contrário… tenho uma boa notícia para começar o ano novo!
Um relatório anual feito pela consultoria de avião holandesa To70 revelou que o ano passado foi o mais seguro da história da aviação comercial no mundo.
Sim, no ano em que mais pessoas viajaram para mais lugares do que em qualquer outro período da história, aconteceram apenas dois acidentes fatais envolvendo aviões comerciais, nenhum deles a jato.
No total 13 pessoas morreram nas duas quedas de aeronaves registradas no ano que terminou neste domingo _o estudo publicado todos os anos pela empresa holandesa leva em conta apenas aeronaves comercias com mais de 5700 kg e exclui aviões militares, de treinamento ou de carga, além de helicópteros.
O primeiro acidente aéreo fatal ocorreu em outubro, quando um Embraer Brasília que funcionava como ambulância caiu em Angola matando sete pessoas. O piloto perdeu o controle da aeronave depois de reportar uma falha em um dos motores do turboélice.
Já o segundo acidente fatal aconteceu no mês seguinte, quando um Let 410 de fabricação tcheca, caiu na Rússia e matou seis pessoas _apenas uma menina de quatro anos sobreviveu à queda.
Com 35 milhões de voos registrados e apenas dois acidentes fatais, a média em 2017 foi de 0,00000006% quedas. Mais um motivo para comprovar que os aviões são de fato o meio de transporte mais seguro que existe, apesar de ser o que mais apavora muita gente (aliás, já fiz um post com dicas para ajudar quem tem medo de avião).
No total, o ano que terminou registrou 111 acidentes aéreos, mas apenas dois com mortes.
Os números registrados no ano passado são bem inferiores aos de outros anos. Em 2016, por exemplo, 271 pessoas morreram em seis acidentes fatais registrados, entre eles o jato da LaMia, que levava o time da Chapecoense para a Colômbia e resultou na morte de 71 ocupantes.
Outro acidente de grande porte ocorrido naquele ano foi o da empresa aérea Egyptair, que ia de Paris para a cidade do Cairo e caiu matando 66 passageiros e tripulantes. O ano terminou com 71 acidentes registrados no total.
Em 2015 o número de mortes em acidentes aéreos foi ainda maior: 471 pessoas perderam suas vidas em quatro quedas de aeronaves, a mais chocante delas a do Airbus A320 da Germanwings que caiu nos Alpes Franceses depois de ser desviado propositadamente pelo copiloto Andreas Lubitz. O voo ia de Barcelona para Dusseldorf e 150 pessoas morreram na queda.
O ano anterior foi ainda pior para quem viajou de avião, especialmente para os que usaram a Malaysia Airlines. Nada menos que 864 pessoas morreram naquele ano em cinco acidentes fatais, entre eles os do voo MH17 que foi atingido por um míssil quando voava sobre a Ucrânia e o misterioso sumiço do voo MH370 que ia de Kuala Lumpur para Pequim.
Mas, apesar de apenas dois acidentes terem sido fatais no ano passado, vale lembrar que houve vários acidentes sem mortes envolvendo aeronaves.
Segundo o relatório da To70, houve um grande número de problemas com motores, incluindo o do A380 da Air France que ia de Paris para Los Angeles e teve de fazer um pouso de emergência depois que um de seus motores perdeu várias peças durante o voo.
O estudo também lembra da morte de uma pessoa que estava próxima da grade do aeroporto de St Maarten quando um jato decolou, além do avião de carga que escapou da pista de pouso no Quirguistão e matou 35 pessoas que estavam num vilarejo perto do aeroporto.
Mas quais seriam os motivos para um número tão pequeno de acidentes fatais com aviões comerciais em 2017?
Bem, segundo o relatório da consultoria holandesa, a conclusão é simples: não passa de sorte.
“Estatisticamente falando há uma diferença muito pequena entre dois ou dez acidentes quando falamos de mais de 30 milhões de voos anuais. O fato de só ter ocorrido 13 fatalidades em 2017 é uma questão de sorte”, afirma Adrian Young, o líder da pesquisa.
O pesquisador ainda destaca que o aumento no uso de aparelhos eletrônicos é um dos maiores problemas que a aviação civil enfrenta no momento com relação à segurança dos voos.
Segundo ele, o crescimento no número de aparelhos que usam baterias de íon de lítio gerou um aumento na possibilidade de incêndios a bordo e justamente por isso as empresas aéreas precisam treinar suas tripulações para este tipo de eventualidade.
Ou seja, nada de sair comemorando e se descuidar da segurança 😉