Como saber se uma aérea ‘low cost’ desconhecida é segura
Confira algumas dicas para pesquisar e descobrir informações sobre uma companhia que você nunca ouviu falar
Quem já viajou ou pretende viajar para países mais distantes e fora do circuito América do Sul-EUA-Europa certamente já se deparou com com o nome de empresas aéreas low cost das quais nunca tinha ouvido falar.
Como geralmente elas dominam os mercados nacionais e têm preços super em conta, acabam sendo quase obrigatórias para quem quer explorar lugares mais exóticos e distantes, que não são atendidos pelas grandes empresas aéreas do mundo.
Lembro bem quando fui para Myanmar e eu e meus amigos começamos a pesquisar voos para ir até Thandwe, uma cidade de praia incrível por lá. Bem, nossa única alternativa de voo era a low cost Air KBZ, já ouviu falar? Pois é, nem eu!
Depois de um pouco de pesquisa descobrimos que seus números não eram tão ruins e suas aeronaves relativamente novas e em bom estado. Compramos os bilhetes e fomos.
Não tivemos problemas nem na ida nem na volta, os voos saíram no horário, as bagagens chegaram inteiras, assim como a gente. Mas confesso que quando vi o balcão de check-in no aeroporto (foto abaixo) fiquei um pouco assustada com o que estava por vir…
Claro que não temos como prever se algo de ruim irá acontecer. Mas especialmente depois de acidentes como o que ocorreu há algumas semanas com a Lion Air na Indonésia, acabamos ficando sempre mais ressabiados.
Empresas low cost como EasyJet, Ryanair, Vueling e Eurowings todos nós conhecemos ou já ouvimos falar. O problema é quando nos deparamos com nomes totalmente desconhecidos, como a tal Air KBZ, Cambodia Ankor Air, VietJet (com as quais também já voei), entre outras tantas…
Se você vai viajar e pretende usar uma low cost da qual nunca ouviu falar, aqui vão algumas dicas para saber onde você está se metendo antes de sair passando seu cartão de crédito:
1. Modelos antigos
A dica é pesquisar, pesquisar e pesquisar. Uma das primeiras coisas que você deve se preocupar é com o modelo dos aviões usados pela empresa aérea. Obviamente que aviões mais novos são mais seguros, e os pilotos estão com o treinamento mais em dia do que com os modelos mais antigos. Fique de olho nas empresas que usam aviões mais antigos, como MD-80, DC-10, EMB-120 e 737-200, por exemplo.
2. Empresas banidas
Outro bom indicativo de que uma empresa é segura é ver se ela não consta da lista de companhias aéreas proibidas de voar em determinadas regiões, como na Europa e nos EUA, por exemplo. Isso porque estas regiões impõem um padrão mínimo de segurança para que aviões possam ocupar seus respectivos espaços aéreos sem trazer riscos para seus passageiros e moradores. Para saber as empresas aéreas banidas da Europa, veja esta lista da comunidade europeia. Já na América do Norte, o site da FAA é um bom aliado — mas já saiba que companhias de Tailândia, Bangladesh, Gana, Curaçao e St Marteen não podem disponibilizar novos voos para os EUA.
3. Acidentes
Pode até parecer um pouco mórbido, mas o fato é que é importante verificar se ou quantos acidentes aéreos a empresa aérea com a qual você pretende viajar já teve nos últimos anos. Claro que acidentes acontecem e ninguém está livre disso. Mas às vezes os números são alarmantes e aí talvez seja o caso de buscar outra alternativa. Uma boa fonte de referência para este tipo de pesquisa é o site Aviation Safety Network, que lista todos os acidentes sofridos pelas empresas aéreas, bem como os modelos usados. O site também explica em detalhes os acidentes e incidentes, então dá para se ter uma boa noção.
4. Rankings
Outra boa alternativa para saber mais sobre uma empresa aérea é verificar sua classificação no site AirlineRatings. Além de classificar as empresas com notas que vão de 0 a 7 estrelas, ainda há detalhes sobre o serviço de bordo, a política de bagagem, um pouco da história da companhia e desde quando atua no mercado, além dos modelos de aeronave utilizados. Super útil para começar sua pesquisa.
5. Parcerias
Como muitas empresas aéreas grandes não fazem voos regionais em diversos países, muitas vezes eles se associam a empresas locais para expandir suas rotas. Para se tornarem parceiras, porém, as menores precisam preencher certos requisitos básicos de segurança. Ou seja, sempre é bom verificar se a empresa aérea que você está investigando é parceira de uma maior ou não. Isso será um bom indício de que ela é confiável — ou não!
6. Google
Como eu disse no primeiro item desta lista, o importante é pesquisar, pesquisar e pesquisar. Se você não tem muita paciência para isso, ao menos coloque o nome da empresa no Google e faça uma busca com acidentes ou avaliações ou até mesmo reclamações, por exemplo.