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Política, negócios, urbanismo e outros temas e personagens paranaenses. Por Guilherme Voitch, de Curitiba
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Vídeo mostra empreiteiro ligado a Richa com maços de dinheiro

Gravação obtida por VEJA mostra empresário preso com quantia em espécie que, segundo a investigação, seria entregue a intermediários do ex-governador

Por Guilherme Voitch 12 set 2018, 00h12

As investigações da Operação Rádio Patrulha, deflagrada nesta terça-feira pelo Ministério Público Estadual, revelam que empreiteiras que tinham contrato com o Estado do Paraná para a manutenção de estradas rurais no Programa Patrulha do Campo pagavam 8% de propina na arrecadação bruta obtida. De acordo com a investigação, o dinheiro, repassado a intermediários, seria utilizado para financiar a campanha de reeleição do governador Beto Richa (PSDB), em 2014.

Em um vídeo anexado ao processo, o empresário Celso Frare, dono da Ouro Verde Transportes e Locações, uma das empresas envolvidas no esquema, aparece tirando maços de dinheiro de um envelope. Segundo a investigação, os valores seriam destinados a pagamento de propina a intermediários do governador.

Frare foi preso nesta terça, assim como Beto Richa, sua mulher, Fernanda Richa, e seu irmão, José Richa Filho.

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VEJA obteve o despacho do juiz Fernando Silva Fischer, da 13º Vara Criminal de Curitiba, além de áudios que revelam como funcionava o esquema. “Tem que dar metade todo mês e a outra metade na campanha. Fazemos um caixa para a campanha do Beto para reeleição”, diz Frare em uma gravação em poder da Justiça. A conversa envolve o também empreiteiro Osni Pacheco, dono da Cotrans Locação de Veículos, o então secretário de Infraestrutura e Logística, José Richa Filho, conhecido como Pepe Richa, irmão de Beto, e o empresário e ex-deputado estadual Tony Garcia, delator do esquema. No diálogo, Pepe indica inclusive um funcionário do DER que seria responsável pelo recolhimento do dinheiro.

Projeto político

Em outro áudio, Frare afirma que o esquema seria para garantir “um projeto político para nosso governador”. O esquema inicial envolvia, além da Ouro Verde e da Cotrans, a J.Malucelli. “Após desaconselhado pelo governador Beto Richa a concorrer no certame licitatório, o colaborador Tony Garcia convidou o empresário Joel Malucelli (dono da J.Malucelli Equipamentos) para fazer parte do intento criminoso. Assim, os empresários Osni Pacheco, Celso Frare e Joel Malucelli, juntamente com o colaborador Tony Garcia e Aldair Wanderley Petry [o funcionário do DER incumbido de receber a propina] reuniram-se no interior do DER/PR para deliberarem sobre a conformação do edital e o pagamento das propinas ao então governador.” diz o magistrado, em seu despacho.

Outro lado

Antonia Lélia Sanchez, que defende o tucano, afirmou que a defesa não teve acesso aos autos e que o ex-governador está “sereno e sempre se colocou à disposição da Justiça para esclarecer os fatos”. A reportagem não conseguiu contato com a defesa de José Richa Filho, Edson Casagrande e de Aldair Wanderley Petry . A defesa de Celso Frare afirmou que não iria se manifestar. O espaço está aberto para a manifestação dos citados.

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