Carta de Mandetta a Bolsonaro é o primeiro documento recebido pela CPI
Documento foi apresentado durante depoimento do ex-ministro da Saúde, nesta terça-feira
A carta enviada pelo ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta ao presidente Jair Bolsonaro, levada por ele até a CPI da Pandemia no Senado nesta terça-feira, foi o primeiro documento recebido oficialmente pela comissão. No texto, datado de 28 de março do ano passado, o então ministro fazia alertas sobre a gravidade da pandemia da Covid-19 no país.
Curiosamente, os integrantes da CPI aprovaram na semana passada mais de 100 requerimentos de informação — e nenhum deles era o da carta de Mandetta, da qual ainda não se tinha notícia.
O documento tem três páginas. Mandetta chegou a tentar ler a íntegra do texto, mas foi impedido pelo relator da comissão, o senador Renan Calheiros. Na carta, o depoente desta terça narrou em ordem cronológica sua própria atuação à frente do Ministério da Saúde no enfrentamento ao novo coronavírus.
“… em que pese todo o esforço empreendido por esta Pasta para proteção da saúde da população e, via de consequência, preservação de vidas no contexto da resposta à epidemia do Covid 19, as orientações e recomendações não receberam apoio deste Governo Federal, embora tenha sido embasadas por especialistas e autoridades em saúde, nacionais e internacionais, quais sejam isolamento social e a necessidade de reconhecimento da transmissão comunitária”, diz um dos trechos da missiva de Mandetta.