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Meirelles acena a eleitores de Lula que guardam ‘boa recordação’

Ex-ministro da Fazenda e pré-candidato à Presidência lembra que participou da gestão de Luiz Inácio Lula da Silva: “trabalhei muito bem”

Por Paula Sperb
Atualizado em 18 jun 2018, 14h42 - Publicado em 16 jun 2018, 12h18

Buscando liderar o movimento político do chamado “centrão” para as eleições de 2018, o pré-candidato à Presidência pelo MDB, o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles, acenou para os eleitores de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante sua passagem por Porto Alegre neste sábado, 16.

“Muitos que declaram intenção de voto a ele [Lula] têm uma boa recordação do período em que ele foi presidente, que foi o mesmo período que tive a posição de presidente do Banco Central. Portanto, estou muito confiante na evolução desse processo”, disse ao ser questionado por VEJA a respeito da influência de Lula na votação de outubro. Meirelles falou à imprensa antes de participar do 2º Congresso Estadual do MDB Mulher-RS, na capital gaúcha.

“Trabalhei com ele como presidente do Banco central. Foi um trabalho onde tínhamos um acordo de independência. Portanto, eu não tinha uma participação política no governo, ao contrário do governo do presidente Michel Temer. No caso do presidente Lula, eu era presidente do Banco Central, que era independente, autônomo. Trabalhei muito bem nessa posição”, afirmou.

Quanto à prisão do ex-presidente, Meirelles afirma que “respeita a Justiça” e que “cada um tem direito de defesa, direito a seu advogado”.

“A influência dele [Lula] na eleição, se não estiver disputando diretamente, vai ser mais difícil. Porque os eleitores que declaram intenção de voto a ele, nem todos declaram intenção de voto ao candidato do PT”, disse.
Meirelles acredita também que o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL-RJ) já chegou no seu teto de votos e que suas propostas são equivocadas. Para o ex-ministro, a conjuntura política é favorável a um candidato de centro. “A maioria do eleitorado está no centro democrático, à espera de um candidato. Todas as pesquisas que fazemos diretamente sobre esse tópico mostram isso, que a maioria dos eleitores não está definida. Significa que eles não estão satisfeitos com os candidatos dos extremos”, disse.

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Segundo ele, o MDB está aberto para negociar com outras siglas de centro, mas não abre mão da “cabeça de chapa” e não cogita ocupar o espaço de vice em alguma aliança. “O MDB está em posição historicamente favorável para ganhar essas eleições, temos também o histórico pessoal que se junta a isso. Não há nenhuma razão para aceitar qualquer composição que não seja o MDB como cabeça de chapa”, falou.

Mesmo com apenas 1% das intenções de voto conforme a última pesquisa do Datafolha, o ex-ministro da Fazenda se mostra confiante para chegar no segundo turno da eleição. “A eleição brasileira tem essa característica de dois turnos. A composição se dará, automaticamente, no segundo turno. Aqueles que não nos apoiarem no primeiro, confiamos que vão nos apoiar no segundo”, afirmou.

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