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Política, negócios, urbanismo e outros temas e personagens gaúchos. Por Paula Sperb, de Porto Alegre
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‘Situação de Porto Alegre é bem pior do que se poderia imaginar’

Criticado por parcelar salários e rever gratuidades em ônibus, prefeito Nelson Marchezan Jr. também cria polêmicas com ‘Despacito’, MBL e posts no Facebook

Por Paula Sperb
Atualizado em 18 ago 2017, 19h04 - Publicado em 18 ago 2017, 17h05

Aos 45 anos, Nelson Marchezan Jr. (PSDB) é o primeiro prefeito tucano de Porto Alegre. Ele chegou ao poder com 402.165 votos no segundo turno das eleições de 2016, mas “perdeu” para os 433.751 eleitores que decidiram votar nulo, em branco ou se abster. O número dos que optaram por rejeitar tanto o PSDB quanto o PMDB do adversário Sebastião Melo é um indicativo do tamanho do eleitorado que não é simpático ao novo prefeito.

No cargo, desagradou a mais gente, com medidas como a extinção de secretarias, a apresentação de projetos de concessão de bens e serviços públicos ao poder privado, a relação instável com os vereadores, a proximidade com o Movimento Brasil Livre (MBL) e os posts polêmicos nas redes sociais, principalmente atacando movimentos, sindicatos e partidos de esquerda, ao melhor estilo de seu colega de partido, o prefeito paulistano João Doria, com quem é comparado.

Seu polêmico estilo descontraído inclui a elaboração de decretos de “zoeira” às sextas-feiras, como um no qual liberava a população a ir para as festas juninas, mas proibia simpatizantes de “partidos vermelhos” de “formar quadrilha”. Ou dançar – e colocar seus auxiliares para dançar – o hit Despacito, o que lhe gerou até uma paródia do sindicato dos servidores, chamada ‘Marchezito’, atacando sua gestão, que tem atrasado e parcelado salários.

Marchezan assumiu a prefeitura com um déficit de 815 milhões de reais, segundo estimativa da secretaria municipal da Fazenda. Para melhorar o quadro, lança mão de medidas impopulares, como reduzir gratuidades nas passagens dos ônibus e revisar (em muitos casos, para cima) os valores do IPTU.

Embora se apresentasse como “novo” na eleição, o tucano foi deputado federal em dois mandatos e é filho de Nelson Marchezan (1938-2002), cacique histórico da política gaúcha, que presidiu a Câmara dos Deputados (1981 a 1983), onde também foi líder do último presidente militar, João Baptista Figueiredo. O nome terá sobrevida: o filho de 9 anos de Nelson Marchezan Jr. com Nadine Dubal, sua ex-mulher, se chama Nelson Marchezan Neto.

Em entrevista a VEJA, em seu gabinete, o prefeito fala das polêmicas, da necessidade de cortar gastos, do relacionamento com a Câmara e da sua ligação com o MBL e faz uma avaliação destes sete meses e meio de gestão: deu nota 10 a si mesmo “em vontade de fazer o correto” e apenas 5 “em tempo dedicado para me comunicar” – apesar da sua presença quase constante nas redes sociais. Leia a entrevista:

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O senhor está há sete meses e meio à frente da prefeitura. O que acha que tem feito de melhor? Por quê?
A reestruturação administrativa, montar uma máquina enxuta. Não porque o enxuto é o bom, mas porque permite uma melhor forma de administrar. A segunda questão é a composição desses espaços públicos de poder, colocando na chefia pessoas do quadro de servidores ou do mercado, através de um processo de seleção. A terceira questão é fazer enfrentamentos estruturantes. Estou feliz com a equipe, estamos fazendo mudanças aqui que são para a cidade, são para o futuro.

O senhor disse que está feliz. É esse o sentimento predominante nesses sete meses?
Estou triste porque ainda há grupos, pequenos, de pessoas que foram beneficiadas ao longo dos anos ou que têm uma vida razoavelmente acima da média que continuam ideologicamente puxando a cidade para trás.  É evidente que não querem perder alguns benefícios adquiridos ao longo dos anos ou não querem reconhecer que suas ideias de 30, 40, 50 anos de vida não deram certo. Tudo de mais retrógrado no mundo já foi aplicado em Porto Alegre e levou a cidade a essa situação em que se encontra. Já foi provado que, do jeito deles, não funciona. Essa é a parte triste. De resto, estou feliz com minha consciência, muito tranquilo.

Que nota que o senhor se dá?
Vou ter de fazer como escola de samba e dividir em áreas [risos]. Dou nota 10 para a formação de equipe, 10 para a vontade de fazer o correto, 10 para a vontade de combater a corrupção e o desperdício de dinheiro público. Mas dou nota 5 para mim em tempo dedicado para me comunicar. Ainda não tenho uma nota para resultados. Isso vai demorar. A situação de Porto Alegre é bem pior do que qualquer um poderia imaginar.

Várias ações estão sendo feitas para destravar obras atrasadas, especialmente as da Copa do Mundo de 2014. Uma dessas esperas é a revitalização do Cais Mauá. Há alguma novidade em relação a isso?
É frustrante termos 70 quilômetros de orla e ainda estar falando de uma parte dela. Há vinte anos, falamos sobre modernizar e tornar o cais parte da cidade. Hoje, ele está fechado, se deteriorando, sem que os porto-alegrenses possam aproveitá-lo. Estamos trabalhando de uma forma muito técnica para que, ao fim do ano ou, no máximo, no ano que vem, possamos entregá-lo à iniciativa privada para que faça os investimentos necessários.

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), falou na semana passada em Porto Alegre sobre a importância das agências reguladoras para fiscalizar as concessões. Como a prefeitura pretende fiscalizar a iniciativa privada nesses casos?
Tudo que a gente está tentando fazer em Porto Alegre, ainda engatinhando, São Paulo faz há vinte anos. A gente tem a alternativa de fazer uma agência reguladora, embora eu acho que não é o caminho, ou fazer parcerias com agências estaduais em algumas áreas.

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Sobre o transporte público, estão sendo feitas diversas ações para mudar o setor, mas há críticas a cortes de benefícios como a segunda passagem e a meia-tarifa para estudantes. O senhor chegou a falar na campanha que não haveria mudança na segunda passagem. Esse projeto pode ter alguma modificação até a votação na Câmara?
Nós temos o problema das gratuidades. Entre 36% e 38% dos passageiros não pagam. Isso quer dizer que os outros 62% ou 64% estão pagando mais pela passagem. Temos o maior índice de gratuidades do Brasil, só perdemos para São Paulo, que coloca 3 bilhões de reais do Tesouro para fazer essa equalização. Porto Alegre não tem essa capacidade financeira. Nós não estamos encerrando o meio-passe, mas limitando-o aos dias de aula. As famílias que têm condições financeiras não vão receber. Será que meu filho deve receber passagem com vantagem financeira? A gente limitou o benefício a até três salários mínimos. A gratuidade é para quem precisa. Para os deficientes físicos, hoje são oito [passagens por dia] de forma automática. A média [de uso] é quatro. Se precisar de mais, basta pedir. O que a gente quer é regrar. Idem a segunda passagem, a gente não está acabando. As pessoas que não têm vale-transporte e utilizam a segunda passagem são 4% dos usuários. Queremos buscar alternativas para esses 4%, estamos em debate permanente com as transportadoras da região metropolitana. Se conseguirmos integrar a operação entre Porto Alegre e as cidades da região metropolitana, tiraremos mais de 500 ônibus de circulação, aumentando, ao mesmo tempo, a oferta para o usuário. Essa integração jamais foi debatida. Até o fim do ano, o aluguel de bicicleta também estará integrado ao transporte integrado.

Com funcionaria a integração do ônibus com a região metropolitana?
Os ônibus da região metropolitana entram em Porto Alegre, mas, na passagem deles pelos terminais, corredores, não podem pegar passageiros porque temos o TRI [cartão] e eles têm o TEU [bilhete metropolitano]. Eles não se comunicam. No momento em que conseguirmos a integração, o número de ônibus vai diminuir, o que, do ponto de vista da sustentabilidade, é o caminho, e aumenta a oferta para o cidadão, que vai poder pegar qualquer ônibus que passa ali, independentemente de ser ou não de Porto Alegre. Se não aumentar o número de usuários do transporte público, ele vai se tornar cada vez mais inviável.

O senhor diz que Porto Alegre vai ter o táxi mais seguro do Brasil. Por quê?
Encaminhamos um projeto que prevê que o motorista, para ligar o taxímetro, tem de ter o reconhecimento digital, com biometria. A segunda questão é a exigência de um exame toxicológico a cada seis meses, para verificar se alguma substância proibida foi usada. A terceira questão é disponibilizar desconto [na tarifa], hoje é um valor fixo. Segurança, confiabilidade e preço com certeza vão transformar e qualificar [os táxis].

Nelson Marchezan Júnior (PSDB)
Nelson Marchezan Jr. (PSDB), prefeito de Porto Alegre, em foto que postou no Facebook mostrando que ele lavou a louça de sua casa (@nelsonmarchezan/Facebook)

Sua presença constante nas redes sociais tem gerado elogios, pela descontração, e controvérsias, pelas críticas pesadas que faz a adversários, principalmente movimentos sociais e partidos de esquerda…
Coloco questões que fazem parte do meu dia a dia, do que eu penso. Não é uma página agressiva, pelo contrário. Se for comparar com as de vários vereadores, deputados estaduais, federais, prefeitos, não é agressiva. É considerada, na verdade, meio zoeira. O que deixou o pessoal do PT magoado foi uma brincadeira das festas juninas [o prefeito escreveu: “Se você pertence a certos partidos vermelhos, está proibido formar quadrilha”]. Ingressaram com uma ação contra a minha página no Facebook por causa de uma brincadeira que eu fiz no mesmo dia em que o Lula foi condenado por corrupção e lavagem de dinheiro. Sinceramente, acho que se as críticas que se fizerem ao meu governo e a mim forem em relação ao Despacito e à minha página de Facebook, estou bem na parada. Seria bom se todos os políticos brasileiros tivessem só esses problemas de dançarem demais, de se comunicarem demais nas redes sociais, de serem mais naturais e de falar alguma coisa que magoa alguém na sua página pessoal. Se esses fossem os problemas dos políticos, o Brasil não estaria como está.

Em um momento de polarização ideológica, uma postura mais conciliadora talvez não fosse mais produtiva?
A política que conciliava o direito de poucos é o que levou a essa podridão que vivemos no Brasil. A política é a arte de buscar o interesse público e lutar por ele acima de qualquer interesse privado. É isso que a gente está fazendo em Porto Alegre. Não vamos entrar na velha política de conciliar interesses privados de poucas pessoas e gerar essa miséria que se tornou.

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O senhor acompanha os comentários na sua página do Facebook?
Tenho no meu celular, abro todos. Quando são demandas específicas da prefeitura, de saúde, de infraestrutura, a equipe encaminha para os setores adequados. Fico chateado quando isso não acontece de forma rápida e reclamo. Normalmente, leio todos. Até para entender o que as pessoas estão pensando, sugerindo, criticando. É uma forma de me manter atualizado.

Nelson Marchezan Júnior (PSDB)
O prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Jr. (PSDB), em montagem postada por ele no Facebook em alusão à série ‘Game of Thrones’ (@nelsonmarchezan/Facebook)

Em relação ao episódio do “white walker” [seres que vivem no inverno rigoroso na série Game of Thrones], quando o senhor fez piada com andarilhos no frio de Porto Alegre, o que saiu errado?
Saiu tudo certo. Só houve algumas pessoas que não têm mais o que fazer, que querem ver maldade, ver um erro em tudo e viram. Usar um personagem que naquele dia estava bombando nas redes sociais para pedir doação para a campanha do agasalho, não vejo nada de errado. Mas, se alguém quer tornar isso de alguma forma negativo, sempre vai poder.

Qual é a relação do MBL com a sua gestão?
Ninguém aqui ocupa cargos institucionalmente. Todas as pessoas entraram no governo porque tiveram o desejo de entrar e passaram por uma seleção. Eles me chamaram em uma entrevista de “adotado”. Era o único candidato que eles apoiavam que não vinha do MBL, não tinha sido fundador do movimento.

Mas o grupo tem influência na sua gestão?
Eles não têm tempo para ficar pensando em gestões municipais e estaduais. Eles defendem alguns conceitos e com boa parte deles, não todos, eu concordo e dou apoio. Acho que eles me apoiam também. Mas a gente tem 23 000 servidores, secretários de altíssimo nível. Seria até patético imaginar que fazemos reuniões de gestão com o MBL.

Em um protesto dos servidores, um participante do MBL chegou a ser detido [Arthur do Val, do canal do YouTube Mamãe Falei] em uma confusão com o sindicato. Ele é uma pessoa próxima do senhor?
Eu vi o Arthur pessoalmente umas três vezes. Nas redes sociais, eu o vi bem mais, porque acho que ele presta um trabalho muito importante para a sociedade, que é fazer perguntas inteligentes para pessoas não tão inteligentes ou não tão bem-intencionadas, quebrando paradigmas e deixando o “rei nu”. Assisto ao canal dele algumas vezes.  Fui eu que o prendi aqui, porque foi a Guarda Municipal que o prendeu, e dei entrevista para ele no outro dia. Assim como dou entrevista para canais de comunicação em que todos seus sócios-fundadores são vinculados ao PT, ao PSOL.

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Há projetos para mudar o plano de carreira dos servidores. Como está a relação com eles? O sindicato (Simpa) chegou a fazer uma paródia de Despacito (Marchezito) para criticá-lo. O que senhor achou?
O Simpa não é o servidor. O Simpa é mais um aparato com dinheiro público que foi dominado por partidos, no caso o PT, o PSOL e o PCdoB. O Simpa não atende aos interesses dos servidores, representa mais os partidos dos dirigentes. Minha relação é de comunicar e explicar: “Não estamos pagando o salário em dia, vai piorar”. A gente não paga a folha, vai piorar. Chegamos ao limite. O bom servidor, com essa reforma, poderá ser valorizado. Se todos ganham um aumento automático todos os anos, isso não diminui as diferenças salariais e não valoriza o bom servidor. É injusto e insustentável. É bom separar o Simpa, que é dos partidos políticos, dos servidores que, na sua maioria, não todos, ajudam a construir uma cidade melhor. Deles a gente precisa muito.

Nelson Marchezan Júnior (PSDB)
O prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Jr. (PSDB), dança o hit ‘Despacito’ com auxiliares em evento da prefeitura em Porto Alegre (@nelsonmarchezan/Facebook)

As mudanças no plano de carreira dos servidores precisam ser aprovadas pelos vereadores. Como está a sua relação com a Câmara? 
No primeiro semestre, nós fomos construindo [a relação], é uma situação nova. Provavelmente, a maioria dos vereadores não sabia que Porto Alegre estava tão quebrada quanto está. É uma situação nova, de uma prefeitura falida, inserida em um estado falido, em um Brasil falido como nunca esteve, com um histórico de recessão que nunca teve. O ambiente é totalmente diferente dos anteriores. Uma boa parte dos vereadores entende. Quem é de oposição irrestrita e irracional vai ser sempre de oposição. Os vereadores têm uma crítica, que é construtiva e válida, de que, talvez, falte a mim um pouco mais de tempo para comunicação. Quando falo comunicação, não é só com a imprensa, com o cidadão, é com a nossa base aliada. Foco muito em resolver problemas porque são grandes e em uma quantidade insuportável. A gente está tentando marcar um dia por semana para ver se consegue padronizar o diálogo com a Câmara. É óbvio que existem vários interesses que acabam influenciando as decisões.

Quem será afetado pelas mudanças na cobrança do IPTU ?
Para uma boa parte dos contribuintes, o IPTU vai reduzir, cerca de 140 000 terão uma redução. Um volume grande vai passar a não pagar nada. E para um volume grande vai aumentar. Temos diferenças de 5.000% entre um e outro. Há imóveis na Independência [bairro nobre próximo ao centro] que pagam 8 reais por ano. Existe! É a planta mais antiga das capitais, de 1991.

Sobre educação, algumas medidas foram polêmicas, como mudanças nos horários das aulas e das refeições, nas matrículas do EJA e nas bolsas oferecidas a universitários. Qual é o seu projeto para a educação?
O projeto é ensinar bem, e a gente está bem longe dele. Ter foco no ensino fundamental e infantil. Não estamos ensinando bem e não estamos acolhendo todos aqueles que deveríamos acolher. No Unipoa [programa municipal que concede bolsas de estudos], estamos mantendo todas as bolsas, mas o compromisso de formação no ensino superior é do governo federal, que já tem um programa, o ProUni. O município abriu mão de 51 milhões de reais nos últimos anos e formou apenas 250 pessoas. É um valor muito elevado para o resultado. Vamos manter, mas não abriremos vagas. Até porque, com o valor do ano passado, a gente podia abrir mais de 2 000 vagas em creche. No EJA (Educação de Jovens e Adultos), estamos organizando e centralizando a gestão. Em relação à carga horária, que agora é das 8 ao meio-dia de segunda a sexta, o porcentual de horas de aula aumentou 30%.

Mais postos de saúde ficarão abertos até as 22 horas [atualmente, dois atendem em horário ampliado]?
Nós só não avançamos nisso porque os médicos que fizeram o concurso e foram chamados não aceitaram a remuneração ofertada. Estamos reformulando o sistema de remuneração para que ele possa ser mais atrativo. Efetuaremos pagamentos por desempenho e ofereceremos aos mais dedicados uma remuneração melhor. Temos investido no teleatendimento, que, em algumas especialidades, vai eliminando as filas.

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Nelson Marchezan Júnior (PSDB)
O prefeito Nelson Marchezan Jr. (PSDB), de Porto Alegre, dança capoeira em um evento público (@nelsonmarchezan/Facebook)

O que o senhor acha da comparação com Doria?
Alguns me comparam para me criticar, porque queriam resultados mais rápidos. Alguns me comparam para criticar e me chamar de neoliberal. Alguns me comparam para fazer um elogio, uma referência positiva. Pensamos em muitas coisas de forma igual, somos do mesmo partido, temos uma visão mais moderna da máquina pública. São ambientes diferentes, mas temos similaridade de propostas e resultados.

O PSDB está dividido entre Doria e Alckmin para as eleições presidenciais de 2018…
As pessoas acham que, por termos vários e bons candidatos, isso nos torna divididos. Não, nos torna mais ricos e mais consistentes do que outros partidos, que têm candidatos presos ou não têm outros nomes para concorrer. O PSDB continua sendo um player [jogador] forte, um partido que tem coerência e que deverá eleger o próximo presidente da República. E será um bom presidente, seja ele Doria ou Alckmin. Ou quem for escolhido no momento adequado, até o fim do ano.

O senador Aécio Neves (PSDB) é investigado por corrupção. O senhor acha que ele deveria ser expulso?
Há uma gravação em que ele usa termos inadequados, provavelmente para se igualar ao seu interlocutor. Foi um equívoco. Ele já pediu para sair da presidência [do partido], acredito que esse é o caminho correto. Ele tem, de alguma forma, de prestar esclarecimentos. Aí, sim, o PSDB pode tomar uma decisão. O partido, em nenhum momento da sua história, responsabiliza o Judiciário, o Ministério Público, a Polícia Federal ou qualquer órgão de fiscalização por eventuais erros de seus integrantes. Ou tentamos de alguma forma camuflar, de forma institucional, essas investigações, ou mudamos de opinião sobre o que é certo e errado. As instituições têm de fazer o seu papel. Os erros são de responsabilidade de quem errou.

Qual é a sua avaliação do governo de Michel Temer (PMDB)?
Eu não trabalhei para eleger o presidente Temer, eu não votei no presidente Temer e entendo que ele é um governo que passa por tremendas dificuldades políticas, apesar de mostrar habilidades para superar essas divergências. Acho que a sociedade deve aproveitar essa fragilidade do mundo político para dar apoio às reformas, não aos políticos e seus erros.

O PSDB tem que ficar no governo Temer?
Em razão desse ambiente político, a gente deveria sair do governo, por causa das denúncias. Mas não faço disso meu cavalo de batalha, que é Porto Alegre. As duas posições são defensáveis [ficar ou sair].  Há a posição ética, que defende a saída, e a demagógica, que quer a saída porque só pensa na eleição do ano que vem.

Qual sua avaliação do governo estadual de José Ivo Sartori (PMDB)?
Demorou para se alinhar e achar seu caminho. Agora está no caminho certo. Talvez não tenha a melhor equipe em todas suas secretarias, talvez tenha perdido o melhor momento político de fazer o que era preciso, mas fez muitas reformas e tenta fazer outras que são necessárias. Nós precisamos ser radicais no RS, que está quebrado e falido há décadas.

O PSDB tem de ter candidato próprio ao governo do estado? Quem?
O ambiente político nos obriga a ter. A sociedade cobra uma candidatura própria, cobra novidade. Não acho que seja uma agressão ao governo Sartori, não acho que seja radical, pejorativo. É o momento do PSDB. A sociedade está esperando uma candidatura mais moderna e quem pode oferecer isso é o PSDB. Hoje, o nome é o do Eduardo Leite, que foi prefeito de Pelotas.

Cogita sair candidato no futuro?
Não. Só penso nesses quatro anos e em fazer as reformas estruturantes.

 

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