Fortaleça o jornalismo: Assine a partir de R$5,99
Imagem Blog

Walcyr Carrasco

Por Walcyr Carrasco Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Continua após publicidade

Amor & Pandemia

A desafiadora tarefa de manter o casamento vivo no isolamento

Por Walcyr Carrasco Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jun 2024, 13h55 - Publicado em 5 fev 2021, 06h00

Um casamento resiste à vida confinada? Hábitos mudaram, o jeito de trabalhar também. Home office transformou-se em realidade. Para boa parte das empresas, é mais lucrativo. Não se gasta com espaço, instalações, cafezinho… As pessoas até trabalham mais! Atividades sociais diminuíram. Sim, eu sei que o Brasil não é a Europa. Praias continuam cheias, há festas, baladas e restaurantes lotados (hospitais também). Mas a atividade social em si caiu. Resultado: os casais são obrigados a ficar juntos. A tomar café da manhã, almoçar e jantar juntos. A conviver. Muitos casamentos duradouros só se mantinham porque marido e mulher mal se viam. Um vizinho, com trinta anos de casado, resumiu: “Tenho uma inimiga dentro de casa. E ela cresce!”. Talvez ele e ela nem percebessem pequenos defeitos um do outro, como pelinhos no nariz. Depois de décadas, que importância tem? Só se viam após uma longa e exaustiva jornada de trabalho. Existiam as viagens profissionais. Amantes.

A traição ficou mais difícil. Se ninguém sai de casa sem motivo, como fazer? Dizer que vai às compras? E na volta, ela pergunta: “Amor, tomou banho no supermercado?”. Não, não… Mesmo aquele flerte casual, numa saída… rola com máscara?

Quando a convivência é maior, tudo pode crescer. Há mulheres que até desejam assassinar os maridos que não levantam a tampa do vaso sanitário antes de urinar. Os próprios pais que, em sua maioria, ainda jogam a educação dos filhos para a mulher, passam a conviver com choros, gritos, teimas… e a rebelião contra aulas on-line. Justo no horário de trabalho! Alguns pensam em trancar as crianças nos armários, mas não confessam. Pior: quando alguém trabalha em casa, as pessoas têm dificuldade em aceitar que é realmente trabalho. Interrompem, puxam conversa… pedem alguma coisa.

“Tudo fica tão difícil que alguns casais não se suportam mais. Se o seu amor sobreviveu à Covid, você não se separa nunca mais”

Continua após a publicidade

O celular é um risco constante, um dia um deles o esquece à vista e o outro descobre uma conversa com um antigo relacionamento. Ou pior, um novo! Os dois descuidam da aparência. Ele esquece de fazer a barba, ela não fez as unhas esta semana. O botão da camisa que estoura na barriga, os novos pés de galinha em torno do olho, tudo conta! Os dois engordam. Casais veem filmes pornô, para reacender a chama. Alguns chegam a usar artifícios, como amarrar e vendar, partem até para um sexo mais selvagem (se a barriga não atrapalhar). Mas, depois, reclamam entre si: “Ficou marca da mordida”. Nem todo lar pode se transformar em cenário de filme pornô. Há riscos. No meio do sexo arrasador, o filhinho pode bater à porta: “Mamy, você tá gritando?”. Aí é preciso parar tudo, e voltar à formula da família margarina — “Mamãe teve um pesadelo. Com um urso”.

Tudo fica tão difícil que alguns casais não se suportam mais e se separam. Ou pensam em romper todo o tempo, só aguardam a libertação que virá com a vacina. Mas… há os que resistem, descobrem novas formas de se relacionar. E ficam mais apegados. É uma boa notícia. Se o seu amor sobreviveu à Covid, você não se separa nunca mais.

Publicado em VEJA de 10 de fevereiro de 2021, edição nº 2724

Continua após a publicidade

Leia também:

China, Índia e Rússia expandem áreas de influencia em meio à pandemia

Fracasso do governo na pandemia acentua uma urgência: acelerar a vacinação

Continua após a publicidade

 

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

a partir de 39,96/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.