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A batalha na Justiça que tem antecipado debate eleitoral em Petrópolis

Atual prefeito acusa a gestão anterior de se omitir em manobra de empresa que custou milhões ao município

Por Lucas Mathias 29 Maio 2024, 19h12
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  • A Prefeitura de Petrópolis, na Região Serrana do Rio de Janeiro, trava uma batalha na Justiça contra uma das maiores empresas de manutenção de motores de avião do país, a GE Celma, que tem sede na cidade. Como pano de fundo, está a disputa política local entre o grupo do atual prefeito, Rubens Bomtempo (PSB), e o ex-mandatário, Bernardo Rossi, hoje secretário de Meio Ambiente do governo Cláudio Castro. A atual gestão alega que uma omissão de Rossi levou a um rombo de 700 milhões nas contas da cidade, causado por uma perda de arrecadação com as atividades da companhia. Os políticos serão adversários no pleito municipal deste ano.

    Sediada na cidade desde sua criação, na década de 1950, a empresa foi comprada pela General Eletric em 1996 e, desde então, tem ampliado sua atuação e crescido economicamente. Tal expansão vinha se revertendo também em uma maior participação da cidade de Petrópolis na distribuição do ICMS — um imposto estadual, em parte repassado aos municípios de maneira proporcional à sua contribuição econômica.

    Em 2019, no entanto, a Prefeitura foi notificada pela empresa: um aviso de que, a partir dali, a GE Celma passaria a seguir a norma de dedução de impostos dos Estados Unidos, onde a matriz da GE está sediada. A consequência foi a diminuição nos ganhos econômicos para a cidade, o que reduziu, em seguida, o montante a ser recebido do estado.

    A perda, no período de 2019 a 2021, é estipulada pela atual gestão em 1 bilhão de reais. Bomtempo critica seus antecessores — Rossi e Hingo Hammes, que assumiu a Prefeitura em 2021 provisoriamente — por não contestarem a decisão da companhia. E trava batalha judicial, que já chegou ao Supremo Tribunal Federal, para que a GE permaneça seguindo as regras fiscais do Brasil.

    O déficit nas contas do município, no entanto, tem sido usado como arma para a eleição que se avizinha. Bomtempo é pré-candidato à reeleição, e terá como adversário justamente Bernardo Rossi (Solidariedade). A favor de Rossi, estará o apoio estadual: ele chefia a Secretaria de Meio Ambiente e é próximo do governador, além do presidente da Assembleia do Rio, Rodrigo Bacellar. 

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