“A eleição de 2014 será, no futuro, conhecida como a mais longa da história brasileira”, sentenciou o ministro Herman Benjamin, relator no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) da ação que pode cassar a chapa formada por Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (PMDB) em 2014, cujo julgamento começa na terça-feira, dia 6.
E ele está certo. Quase três anos depois, o processo eleitoral de 2014 agoniza ainda em praça pública, à espera de coisas tão básicas quanto o seu encerramento formal, que só ocorrerá quando o TSE finalmente decidir se houve ou não abuso de poder econômico e uso de dinheiro ilícito na campanha.
Não só isso: a revelação dos esquemas de financiamento daquela campanha, principalmente com a Operação Lava Jato e as delações de grandes empresas como Odebrecht e JBS, deixou nas cordas os principais partidos brasileiros (PT, PSDB e PMDB), dinamitou algumas candidaturas a 2018 – o caso mais estrondoso é o de Aécio Neves (PSDB), que nesse período foi de quase presidente a investigado em sete inquéritos e ameaçado de prisão -, destroçou a imagem do presidente mais popular da história do país, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e criou uma guerra político-ideológica que dividiu o país como poucas vezes se viu.
Às vésperas do julgamento da chapa Dilma-Temer, VEJA relembra todas as feridas abertas da disputa que reconduziu Dilma ao poder.