A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira a Operação Panatenaico, que investiga uma organização criminosa – que incluiria dois ex-governadores do Distrito Federal – suspeita de desviar até 900 milhões de reais em recursos destinados às obras do Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília, para a Copa do Mundo de 2014.
Os ex-governadores Agnelo Queiroz (PT) e José Roberto Arruda (PR) foram presos nesta manhã pela PF, assim como o ex-vice-governador Tadeu Filipelli (PMDB), que era assessor especial do presidente Michel Temer (PMDB) e foi exonerado em seguida pelo Palácio do Planalto. Também são alvos da operação outros agentes e ex-agentes públicos, construtoras e pessoas apontadas como operadores dos pagamentos de propina.
Orçadas inicialmente em 600 milhões de reais, a reforma do estádio para a Copa custou 1,575 bilhão de reais, fazendo da arena a mais cara do Mundial de 2014, de acordo com a PF.
Em razão da obra ter sido realizada sem estudos prévios de viabilidade econômica, a Terracap, companhia estatal do DF com 49% de participação da União, encontra-se em estado de “iminente insolvência”, segundo a investigação. O nome da operação diz respeito ao Stadium Panatenaico, “sede dos jogos panatenaicos, competições realizadas na Grécia Antiga que foram anteriores aos Jogos Olímpicos”, segundo a PF.
Para recolher elementos que detalhem como operou o esquema criminoso que superfaturou a obra, os cerca 80 policiais envolvidos na operação foram divididos em 16 equipes. Devem ser cumpridos, no total, 15 mandados de busca de apreensão, dez mandados de prisão temporária e três conduções coercitivas.
(com Estadão Conteúdo)