O presidente do PSDB, Geraldo Alckmin, disse nesta terça-feira 17 que a decisão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) de tornar o senador Aécio Neves (PSDB-MG) réu por obstrução de Justiça e corrupção passiva “entristece”, mas enfatizou que é preciso respeitar as decisões dos magistrados. “Claro que entristece (a decisão do STF). Não existe Justiça verde, amarela, vermelha ou azul. Decisão judicial se respeita, a lei é para todos”, afirmou.
Alckmin foi questionado então sobre o embaraço criado a seu partido, às vésperas das eleições presidenciais, por ter um senador no banco dos réus. Pré-candidato do PSDB à Presidência, Alckmin negou constrangimento. E também disse que o senador é quem decidirá seu futuro político. “Cabe a ele (Aécio Neves) definir o que fazer (sobre candidatura em 2018), como vai fazer”, afirmou.
Mais cedo, em palestra a vereadores durante evento organizado pela Associação Brasileira de Câmaras Municipais (Abracam), Geraldo Alckmin foi questionado exatamente sobre o tema da corrupção e elevou o tom. “Quem enriquece na política é ladrão”, disse.
À imprensa, o ex-governador paulista não quis analisar se esse também era o caso do seu colega de partido. “Não vou fazer um prejulgamento (sobre o caso). Aécio é de uma família abastada”, respondeu.
Presente ao evento com Alckmin, o presidente do PSDB de Minas Gerais, deputado Domingos Sávio, procurou dissociar o julgamento da imagem do partido, assim como outros tucanos fizeram desde o início do dia. “Era previsível (o resultado do julgamento), mas não é que seja uma coisa natural. Agora é oportunidade de ele (Aécio) se defender”, afirmou.
Sávio ainda ouviu perguntas sobre como fica a candidatura de Aécio em Minas Gerais após essa decisão. O senador tentava se viabilizar como candidato à reeleição, mesmo diante da resistência de alguns setores tucanos. “A coisa do Aécio está dissociada da política. Aécio queria o melhor para Minas e já conseguiu isso, agora ele vai cuidar da sua defesa”, respondeu.