Após decisão de Gilmar Mendes, ‘rei do ônibus’ deixa a prisão
Empresário Jacob Barata Filho é investigado na Operação Ponto Final, que apura suspeitas de corrupção no sistema de transporte público do Rio de Janeiro
O empresário Jacob Barata Filho e o ex-presidente da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor), Lélis Teixeira, deixaram a prisão na manhã deste sábado depois de quase dois meses encarcerados na cadeia pública José Frederico Marquês, em Benfica, na Zona Norte do Rio.
Ambos saíram do presídio às 10h30, acompanhados pelos advogados. A dupla foi liberada depois que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes derrubou nesta sexta-feira uma decisão do juiz federal Marcelo Bretas que barrava o pedido de habeas corpus. Ambos são investigados na Operação Ponto Final, um braço da Lava Jato que apura suspeitas de corrupção no sistema de transporte público do Rio de Janeiro.
A decisão do ministro atendeu a uma reclamação ajuizada pelos advogados dos empresários contra o descumprimento, por parte do juiz, da decisão anterior proferida por Mendes, que determinou a soltura dos investigados na quinta-feira. Após a divulgação da decisão de Gilmar Mendes, o juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, mandou prender novamente Barata Filho e Teixeira.
Mais cedo, o ministro disse que não vai se declarar suspeito para julgar o caso. Ele foi padrinho de casamento da filha de Barata Filho.
Ao aceitar o pedido de habeas corpus feito pela defesa dos empresários, Mendes converteu a prisão preventiva em medidas cautelares como recolhimento noturno. Nos fins de semana e feriados, eles ficam proibidos de participar das atividades de suas empresas de transportes e, além disso, não podem deixar o país.
Os empresários foram presos preventivamente no início de julho, por ordem da Justiça Federal do Rio de Janeiro, no âmbito da Operação Ponto Final, um desdobramento da Lava Jato, deflagrada pela Polícia Federal (PF) e pelo Ministério Público Federal (MPF) no Rio de Janeiro.