Uma barragem de 160.000 litros de água, identificada como B6, acendeu o alerta das forças de segurança que acompanham os trabalhos na região de Brumadinho (MG) após o rompimento da barragem do Córrego Feijão, da Vale, nesta sexta-feira, 25.
Em caso de rompimento, a água aumentaria o volume e a velocidade dos rejeitos de minério de ferro. “A barragem de água que está acima [do local do rompimento da barragem da Vale] está sob extrema vigilância, porque ela tem, inclusive, um volume maior de líquidos. Se ela se romper, pode criar uma nova onda, somada à lama”, afirmou a VEJA o Major Santiago, porta-voz da Polícia Militar de Minas Gerais.
Segundo o Major, a preocupação é em virtude uma “umidificação” na parte externa da B6. Estão sendo feitos estudos para apurar se essa umidade seria decorrente da lama ou de imperfeições na estrutura.
O tenente coronel Flávio Godinho Pereira, coordenador adjunto da Defesa Civil de Minas Gerais, havia afirmado neste sábado que três barragens do complexo de Paraopebas tinham se rompido, mas a informação foi corrigida. O rompimento ocorreu na barragem B1, na Mina Córrego do Feijão, com capacidade de 11,7 milhões de metros cúbicos de rejeitos, enquanto a B4, que tem capacidade para 280.000 metros cúbicos, e a B4A, cujo volume é de 130.000 metros cúbicos, transbordaram.
Até o momento, conforme o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, nove pessoas morreram no desastre e outras 300 estão desaparecidas. A corporação divulgou uma lista com os nomes de 183 das 189 pessoas resgatadas com vida e a Vale publicou uma relação com 412 nomes de funcionários próprios e terceirizados que ainda não foram localizados.
Bloqueio é expandido
Oficiais da Polícia Militar de Minas Gerais foram orientados a restringir mais o acesso de cidadãos comuns a uma área no bairro de Casa Branca, em Brumadinho.
A orientação, segundo alegaram policiais durante a mudança dos sinalizadores do bloqueio, é o risco de o rompimento de uma nova barragem na região do Córrego Feijão, próxima ao local.
Procurada, a Polícia Militar de Minas Gerais diz que as mudanças ocorrem “no intuito se proteger a todos”. A corporação também informa que “o risco existe desde o primeiro momento” e que as avaliações “às vezes sugerem um aumento, às vezes diminuição” dos bloqueios.