Candidato bolsonarista impõe dura derrota ao PT em Vitória (ES)
Apoiador do presidente, o deputado estadual Lorenzo Pazolini (Republicanos) foi eleito derrotando o candidato João Coser
O deputado estadual Lorenzo Pazolini (Republicanos) foi eleito prefeito de Vitória (ES), derrotando o candidato do PT, João Coser. Delegado Pazolini, como se apresentou ao eleitor, obteve 58,50% dos votos válidos contra 41,50% do adversário. Vitória era uma das duas capitais em que o PT estava na disputa no segundo turno. A outra é Recife, com Marília Arraes que foi derrotada por João Campos (PSB). Os resultados ruins se somam ao desempenho pífio do partido do ex-presidente Lula nas urnas este ano.
Bolsonarista, Pazolini é a grande surpresa da eleição. Na primeira pesquisa feita pelo Ibope na capital capixaba, em 13 de outubro, ele aparecia com 10% das intenções de votos contra 22% de Coser e do deputado estadual Fabrício Gandini (Cidadania). No levantamento seguinte, divulgado dia 3 de novembro, ele já possuía 18% das intenções de votos, ainda atrás dos dois adversários. No primeiro turno, obteve 30,95% dos votos válidos contra 21,82% do candidato do PT.
Pazolini e outros quatro deputados entraram no Hospital Dório Silva, no município de Serra, depois que, o presidente Jair Bolsonaro pediu, em junho, aos seus apoiadores que invadissem hospitais para mostrar que era uma “farsa” a existência de grande número de pacientes em UTIs por causa da Covid-19. À época, Bolsonaro disse: “Arranja um jeito de entrar e filmar”.
Para o governo estadual, o episódio foi uma “invasão”. Por isso, o executivo capixaba entrou com uma queixa-crime contra os cinco parlamentares. Pazolini disse que estava apenas cumprindo sua atribuição como deputado, o de fiscalizar hospitais públicos, enquanto que a Secretaria da Saúde do estado alegou que, em meio ao auge da pandemia, não era permitido que estranhos entrassem em unidades de saúde onde havia pacientes infectados.
Em entrevista à “Folha de S.Paulo”, Pazolini tentou se descolar da imagem de bolsonarista. “Não sou o candidato nem do Bolsonaro, nem do Lula. Sou o candidato da família. Tenho condições de empregar uma cidade com mais tranquilidade e segurança. Seja para quem quer que seja, de centro, de direita”, disse.