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Braga Netto cria ‘gabinete de intervenção’ e põe general de chefe

Mauro Sinott Lopes é um dos principais colaboradores do interventor no Rio de Janeiro e atuou na prevenção ao terrorismo nas Olimpíadas de 2016

Por Estadão Conteúdo Atualizado em 13 mar 2018, 17h40 - Publicado em 23 fev 2018, 18h15

O general de Exército Walter Souza Braga Netto, interventor na segurança do Rio de Janeiro, decidiu instalar um Gabinete de Intervenção Federal dentro do Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), na Cidade Nova, junto ao centro da cidade. A chefia do gabinete será do general-de-divisão Mauro Sinott Lopes, que é um dos principais colaboradores do interventor. Ele se reportará diretamente a Braga Netto, sem se subordinar ao próximo secretário de Segurança, o general-de-divisão Richard Fernandez Nunes.

O Comando Militar do Leste e a Secretaria de Estado de Segurança preparam a instalação do Gabinete de Intervenção Federal, que deverá funcionar a partir da próxima semana. Na terça-feira, será realizada uma apresentação da equipe escolhida pelo general Braga Netto. A programação é que ocorra uma coletiva de imprensa no auditório do CICC, que abrigará o gabinete de Sinott.

Durante a Olimpíada de 2016, Sinott chefiou o Comando Conjunto de Prevenção e Combate ao Terrorismo. Atualmente, comandava a 1ª Divisão de Exército (1ª DE). Ele é gaúcho de Pelotas e tem passagens pelas áreas de Cavalaria, Blindados e Inteligência do Exército. Também trabalhou nas embaixadas brasileiras em Portugal e na Colômbia. Os três generais à frente da segurança do Rio vão ocupar prédios distintos, mas localizados junto ao centro da capital fluminense, distantes cerca de 1,5 km.

Como continuará como comandante militar do Leste, o general Braga Netto permanecerá despachando do Palácio Duque de Caxias. Na próxima segunda-feira, ele receberá para uma primeira reunião reservada o novo secretário de Segurança. Por enquanto, eles mantiveram contato por telefone. Braga Netto indicou Richard Nunes para o cargo por causa da experiência que tiveram em 2015 durante a Operação São Francisco, a Força de Pacificação que ocupou o Complexo da Maré, um dos maiores conjuntos de favelas do Rio.

Richard Nunes trabalhará na sede da secretaria, na região da Central do Brasil, a uma rua do Palácio Duque de Caxias. Mais cedo, o general Braga Netto recebeu em almoço o governador Luiz Fernando Pezão (MDB). O almoço durou duas horas e meia. O general comunicou ao governador sobre a escolha do novo secretário.

As trocas no comando das polícias Militar e Civil e no Corpo de Bombeiros ainda não ocorreram. Eles serão uma decisão do próximo secretário de Segurança, conforme delegação de Braga Netto. Richard Nunes recebeu um estudo de Estado Maior realizado pelo CML com nomes sugeridos para o comando da PM e a chefia da Polícia Civil. Parte desses faz parte das corporações policiais, e há uma orientação para que se priorize a escolha de militares do Exército, mas ele também pode vir nomear, na secretaria, civis que tenham experiência com a estrutura da segurança.

O novo secretário de Segurança é bacharel em Direito pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro e autuou na área de educação militar. A interlocução com o meio acadêmico é uma das apostas para que a intervenção receba contribuições de estudiosos e especialistas em segurança pública de fora das Forças Armadas. O interventor quer ouvir instituições como a Fundação Getúlio Vargas (FGV) e o Instituto Igarapé.

Nesta sexta-feira (23), ele ainda comanda a Escola de Comando e Estado Maior do Exército (Eceme), na Urca. Os dois generais, Richard e Sinott, tiveram as trocas de cargo oficializadas nesta sexta pelo Comando do Exército. Eles assumem funções de adidos do Comando Militar do Leste.

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