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Oito funcionários da Vale são presos em operação sobre barragem

Promotoria diz que presos nesta manhã são profissionais que estavam 'diretamente envolvidos na segurança e estabilidade da barragem'

Por Guilherme Venaglia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 30 jul 2020, 19h55 - Publicado em 15 fev 2019, 09h11
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  • Oito funcionários da mineradora Vale foram presos na manhã desta sexta-feira, 15, em uma operação que investiga as responsabilidades criminais sobre o rompimento da barragem da empresa em Brumadinho (MG) no último dia 25, que matou 166 pessoas e deixou outras 155 desaparecidas.

    Serão apuradas suspeitas de homicídio qualificado, crimes ambientais e falsidade ideológica. Os detidos nesta quarta são dois gerentes-executivos, dois gerentes e quatro integrantes de equipes técnicas da Vale. Segundo a Promotoria, todos os presos nesta manhã “são diretamente envolvidos na segurança e estabilidade da Barragem 1”.

    Segundo o Ministério Público, foram ainda alvos de busca e apreensão nesta sexta, em São Paulo e Belo Horizonte, quatro funcionários (um diretor, um gerente e dois integrantes do corpo técnico) da empresa alemã Tüv Süd, que prestou serviços para a Vale, referentes à estabilidade da barragem rompida. Também foi cumprido mandado de busca e apreensão na sede da empresa no Rio de Janeiro.

    A operação foi realizada pela Polícia Civil e pela Polícia Militar, após pedidos do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) deferidos pela Justiça, e também inclui catorze mandados de busca e apreensão. As prisões temporárias foram decretadas pelo prazo de 30 dias.

    Um dos presos é Alexandre Campanha, executivo da Vale, que foi detido na região centro-sul de Belo Horizonte, em Minas Gerais. Ele prestou depoimento em 7 de fevereiro à força-tarefa que investiga o colapso da estrutura. Campanha foi citado pelo engenheiro Makoto Namba, da Tüv Süd, que disse ter se sentido pressionado pelo executivo a assinar documento atestando a estabilidade da barragem que rompeu.

    “A Tüv Süd vai assinar ou não?”, teria dito Campanha, segundo Namba em depoimento à Polícia Federal. O engenheiro, então, disse ter respondido que assinaria se a Vale adotasse recomendações que fez em revisão periódica de junho de 2018. Namba afirmou ainda ter assinado o laudo — e que se sentiu sob risco de perder o contrato. Em depoimento, Campanha negou ter travado o diálogo com o responsável pelo laudo da barragem. 

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    A Vale se manifestou por meio de nota: “A Vale está colaborando plenamente com as autoridades e permanecerá contribuindo com as investigações para a apuração dos fatos, juntamente com o apoio incondicional às famílias atingidas.” Procurada, a Tüv Süd afirmou que não vai comentar “especificidades do caso”.

    Antes, uma outra operação já havia detido, além de Namba, o engenheiro da Tüv Süd André Yassuda, o geólogo da Vale César Augusto Paulino Grandchamp e os gerentes da mineradora Rodrigo Artur Gomes de Melo e Ricardo de Oliveira, mas estes, posteriormente, foram libertados por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

    (com Estadão Conteúdo)

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