Caos na segurança deixa 75 mortos em 4 dias no Espírito Santo
Média de quase 19 assassinatos por dia é muito maior que a registrada no ano passado, que foi de 3,2; mesmo com militares nas ruas, clima é de insegurança
Por Da redação
Atualizado em 4 jun 2024, 20h01 - Publicado em 7 fev 2017, 18h24
Corpo é conduzido por membros do Instituto de Ciência Forense em Vitória, durante paralisação dos policiais militares do Espírito Santo - 07/02/2017 (Paulo Whitaker/Reuters)
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Pelo menos 75 pessoas foram mortas no Espírito Santo – que vive grave crise na segurança pública – entre sábado e esta terça-feira depois que policiais militares deixaram as ruas e permaneceram aquartelados, o que dá uma média de 19 assassinatos por dia, seis vezes a média registrada no estado no ano passado, que foi de 3,2 por dia.
O caos começou a se instaurar, principalmente na região metropolitana de Vitória, desde sábado, quando parentes de policiais militares passaram a protestar em frente aos batalhões impedindo a saída dos veículos, o que praticamente deixou as ruas sem policiamento. Os PMs, que são proibidos por lei de fazer greve, reivindicam reajuste salarial e pagamento de auxílio-alimentação, auxílio-periculosidade, insalubridade e adicional noturno aos PMS.
Apesar do reforço de mil homens das Forças Armadas e duzentos homens da Força Nacional, determinados pelo presidente Michel Temer, o Espírito Santo segue vivendo mais um dia de insegurança nesta terça-feira, com assaltos, saques e assassinatos. A ação de patrulhamento federal, anunciada pelo ministro da Defesa, Raul Jungmann, e pelo governador em exercício, César Roberto Colnago (PSDB), foi iniciada, mas ainda não permitiu que fosse retomada a normalidade.
Os militares atuarão no policiamento das ruas em conjunto com os órgãos de segurança locais, segundo o Ministério da Defesa. Ainda no início desta semana, houve troca de comando na Polícia Militar. O coronel da PM Nylton Rodrigues assume a pasta no lugar do comandante-geral, coronel Laércio Oliveira, que foi exonerado do cargo após menos de um mês de sua nomeação.
O início do ano letivo nas escolas, que estava previsto para segunda-feira, continua suspenso, os postos de saúde continuam fechados e o Departamento Médico Legal (DML) chegou a ser fechado pela Polícia Civil na segunda-feira por conta da superlotação. O local dispõe de doze gavetas para corpos, mas acumulava mais de trinta mortos – alguns deles estavam espalhados pelo chão. Repartições públicas estão restringindo atendimento.
Os ônibus do transporte público começaram a retornar as atividades nesta manhã – inicialmente, com a frota utilizada aos sábados, de cerca de 60% do total. Será uma operação-teste até as 19 horas, quando será decidido se os ônibus seguirão circulando durante a noite.
‘Greve branca’
A Justiça do Espírito Santo classificou a paralisação como “greve branca” e declarou ilegal o movimento dos familiares dos policiais militares, que estão acampados em frente a 11 batalhões em mais de 30 cidades do estado, e determinou multa de 100 mil reais por dia às associações que representam os policiais capixabas, caso haja descumprimento da decisão.
Segundo o diretor social e de relações públicas da Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar (ACS), Thiago Bicalho, o movimento foi espontâneo. De acordo com a entidade, o salário-base de um policial no estado é 2 600 reais, enquanto a média nacional chega a 4 000 reais. A entidade argumenta que há anos os policiais não têm aumento salarial e que essa situação acabou por motivar familiares dos policiais a fazerem as manifestações em frente aos quartéis.
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O cenário no estado ainda pode piorar na próxima quinta-feira, quando os policiais civis fazem assembleiapara definir se entram em greve por melhores salários. “Nosso salário é um dos mais baixos do Brasil. Nos últimos anos, não houve recomposição por causa da inflação”, afirma Humberto Mileip, vice-presidente do Sindicato dos Policiais Civis (Sindipol). O governo afirma nem ter conhecimento da possibilidade de paralisação.
1/67 Após o apelo feito pelo governo Federal e Estadual para o fim da greve dos Policiais Militares do Espírito Santo (ES), um grupo de oficiais se apresentou na manhã deste domingo no Centro Histórico da cidade, para reassumir o trabalho - 12/02/2017 (Wilton Júnior/Protegido: Estadão Conteúdo)
2/67 Policiais militares de férias e de folga voltam às ruas em Vitória (ES) - 11/02/2017 (Tânia Rêgo/Agência Brasil)
3/67 Policiais militares de férias e de folga voltam às ruas em Vitória (ES) - 11/02/2017 (Tânia Rêgo)
4/67 Policiais militares de férias e de folga voltam às ruas em Vitória (ES) - 11/02/2017 (Tânia Rêgo)
5/67 Policiais militares de férias e de folga voltam às ruas em Vitória (ES) - 11/02/2017 (Tânia Rêgo)
6/67 Protesto denominado 'Caminhada das Famílias pela Paz' ocupa a orla da Praia de Camburi, em Vitória (ES). A crise de segurança no Estado chegou ao 9ª dia e já soma 142 homicídios, segundo o Sindicato dos Policiais Civis (Sindipol) - 12/02/2017 (Gilson Borba/Futura Press/Folhapress)
7/67 Protesto denominado 'Caminhada das Famílias pela Paz' ocupa a orla da Praia de Camburi, em Vitória (ES). A crise de segurança no Estado chegou ao 9ª dia e já soma 142 homicídios, segundo o Sindicato dos Policiais Civis (Sindipol) - 12/02/2017 (Gilson Borba/Futura Press/Folhapress)
8/67 Soldado do exército revista uma pessoa dentro de um ônibus, durante paralisação da polícia militar em Vila Velha, no Espírito Santo - 11/02/2017 (Paulo Whitaker/Reuters)
9/67 Soldado da Força Aérea patrulha de helicóptero, as ruas de Vila Velha, no Espírito Santo durante paralisação da polícia militar do estado - 11/02/2017 (Paulo Whitaker/Reuters)
10/67 Policiais militares não conseguem deixar o batalhão, em Vitória (Paulo Whitaker/Reuters)
11/67 Policial conversa com familiares que bloqueiam a entrada principal do batalhão da PM em Vitória no Espírito Santo - 11/02/2017 (Paulo Whitaker/Reuters)
12/67 Parentes de policiais protestam na entrada principal do batalhão da PM, durante greve da categoria em Vitória, no Espírito Santo - 11/02/2017 (Paulo Whitaker/Reuters)
13/67 Pelo sétimo dia, o estado em (ES) vive uma onda de violência que deixou 121 mortos. Escolas, postos de saúde e ônibus seguem sem funcionar na Grande Vitória e em outras regiões do estado 10/02/2017 (Paulo Whitaker/Reuters)
14/67 Pelo sétimo dia, o estado em (ES) vive uma onda de violência que deixou 121 mortos. Escolas, postos de saúde e ônibus seguem sem funcionar na Grande Vitória e em outras regiões do estado 10/02/2017 (Paulo Whitaker/Reuters)
15/67 Pelo sétimo dia, o estado em (ES) vive uma onda de violência que deixou 121 mortos. Escolas, postos de saúde e ônibus seguem sem funcionar na Grande Vitória e em outras regiões do estado 10/02/2017 (Paulo Whitaker/Reuters)
16/67 Exército patrulha avenidas da cidade de Vitória, Espírito Santo (Paulo Whitaker/Reuters)
17/67 Exército patrulha avenidas da cidade de Vitória, Espírito Santo (Paulo Whitaker/Reuters)
18/67 Exército patrulha avenidas da cidade de Vitória, Espírito Santo (Paulo Whitaker/Reuters)
19/67 Comerciantes fecham as portas por medo da violência na cidade de Vitória, Espírito Santo (Tânia Rêgo/Agência Brasil)
20/67 Comerciantes fecham as portas por medo da violência na cidade de Vitória, Espírito Santo (Tânia Rêgo/Agência Brasil)
21/67 Soldado do Exército revista uma pessoa durante patrulha nas ruas de Vila Velha, no Espírito Santo - 09/02/2017 (Paulo Whitaker/Reuters)
22/67 Soldados do exército patrulham as ruas de Vila Velha, no Espírito Santo - 09/02/2017 (Paulo Whitaker/Reuters)
23/67 Soldados do exército patrulham as ruas de Vila Velha, no Espírito Santo - 09/02/2017 (Paulo Whitaker/Reuters)
24/67 Soldados do Exército fazem a segurança das ruas e dos terminais rodoviários em Vila Velha, região metropolitana de Vitória - 08/02/2017 (Tânia Rêgo/Agência Brasil)
25/67 Soldados do Exército fazem a segurança das ruas e dos terminais rodoviários em Vila Velha, região metropolitana de Vitória - 08/02/2017 (Tânia Rêgo/Agência Brasil)
26/67 Soldados do Exército fazem a segurança das ruas e dos terminais rodoviários em Vila Velha, região metropolitana de Vitória - 08/02/2017 (Tânia Rêgo/Agência Brasil)
27/67 Soldados do Exército fazem a segurança das ruas e dos terminais rodoviários em Vila Velha, região metropolitana de Vitória - 08/02/2017 (Tânia Rêgo/Agência Brasil)
28/67 Soldados do Exército fazem a segurança das ruas e dos terminais rodoviários em Vila Velha, região metropolitana de Vitória - 08/02/2017 (Tânia Rêgo/Agência Brasil)
29/67 Policiais descarregam um corpo no Instituto de Ciência Forense em Vitória, no Espírito Santo - 09/02/2017 (Paulo Whitaker/Reuters)
30/67 Soldado do Exército revista uma pessoa durante patrulha nas ruas de Vila Velha, no Espírito Santo - 09/02/2017 (Paulo Whitaker/Reuters)
31/67 Soldados do exército patrulham ruas e terminais rodoviários vazios em Vila Velha, região metropolitana de Vitória, Espírito Santo (Tânia Rêgo/Agência Brasil)
32/67Soldados do exército patrulham ruas e terminais rodoviários vazios em Vila Velha, região metropolitana de Vitória, Espírito Santo(Tânia Rêgo/Agência Brasil)
33/67 Corpos chegam ao departamento médico legal de Vitória, durante onda de violência na cidade (Tânia Rêgo/Agência Brasil)
34/67 Soldados do Exército patrulham praia em Vila Velha (ES). Crise na segurança pública do Espírito Santo levou caos ao estado e à capital Vitória, com a greve da Polícia Militar (Joel Silva/Folhapress)
35/67 Soldados do Exército patrulham praia em Vila Velha (ES). Crise na segurança pública do Espírito Santo levou caos ao estado e à capital Vitória, com a greve da Polícia Militar - 08/02/2017 (Paulo Whitaker/Reuters)
36/67 Manifestantes contrários a greve da PM protestam em frente ao Quartel do Comando Geral da PM, no bairro de Maruípe (Gilson Borba/Folhapress)
37/67 Manifestantes contrários a greve da PM protestam em frente ao Quartel do Comando Geral da PM, no bairro de Maruípe (Gabriel Lordello/Folhapress)
38/67 Polícia Civil do Espírito Santo faz paralisação em protesto ao assassinato de um investigador na cidade de Colatina além de reivindicar melhores condições de trabalho - 08/02/2017 (Tânia Rêgo/Agência Brasil)
39/67 Protesto de policiais civis em apoio à greve dos policiais militares em Vitória (ES) - 08/02/2017 (Tânia Rêgo/Agência Brasil)
40/67 Protesto de policiais civis em apoio à greve dos policiais militares em Vitória (ES) - 08/02/2017 (Tânia Rêgo/Agência Brasil)
41/67 Mulher vende remédios em uma farmácia através de uma janela, em Cachoeira do Itapemirim, Espírito Santo (Paulo Whitaker/Reuters)
42/67 Mulher vende remédios em uma farmácia através de uma janela, em Cachoeira do Itapemirim, Espírito Santo (Paulo Whitaker/Reuters)
43/67 Suspeitos de assaltar lojas são detidos por policiais e soldados do exército, em Vitória (Paulo Whitaker/Reuters)
44/67 Policiais abordam homens durante onda de violência em Vitória, Espírito Santo (Paulo Whitaker/Reuters)
45/67 Manifestantes protestam contra a falta de polícia nas ruas queimando pneus em frente ao quartel central da PM do Espírito Santo - 07/02/2017 (Pablo Jacob/Agência O Globo)
46/67 Funerárias retiram corpos do IML de Vitória após greve da Polícia Militar - As ruas do Espírito Santo seguem praticamente sem policiamento, com um movimento de familiares de policiais militares bloqueando a saída de viaturas - 07/02/2017 (Paulo Whitaker/Reuters)
47/67 Funerárias retiram corpos do IML de Vitória após greve da Polícia Militar - As ruas do Espírito Santo seguem praticamente sem policiamento, com um movimento de familiares de policiais militares bloqueando a saída de viaturas - 07/02/2017 (Joel Silva/Folhapress)
48/67 Soldados das Forças Armadas realizam patrulhamento nas ruas da cidade de Vitória (ES) na tentativa de conter a onda de violência durante paralisação da polícia militar do estado - 06/02/2017 (Gabriel Lordello/Folhapress)
49/67 Soldados das Forças Armadas realizam patrulhamento nas ruas da cidade de Vitória (ES) na tentativa de conter a onda de violência durante paralisação da polícia militar do estado - 06/02/2017 (Gabriel Lordello/Folhapress)
50/67 Exército faz a segurança no Bairro Maruípe, em Vitória (ES). O Espírito Santo está sem a PM nas ruas porque protestos de familiares dos policiais bloqueiam as saídas dos batalhões. As famílias pedem reajuste salariam para a categoria, que é proibida de fazer greve - 07/02/2017 (Gilson Borba/Futura Press/Folhapress)
51/67 Suspeitos de roubarem lojas são detidos pela Polícia Civil em Vitória, no Espírito Santo - 07/02/2017 (Paulo Whitaker/Reuters)
52/67 Suspeitos de roubarem lojas são detidos pela Polícia Civil em Vitória, no Espírito Santo - 07/02/2017 (Paulo Whitaker/Reuters)
53/67 Corpo é conduzido por membros do Instituto de Ciência Forense em Vitória, durante paralisação dos policiais militares do Espírito Santo - 07/02/2017 (Paulo Whitaker/Reuters)
54/67 Oficiais do exército prendem dois homens suspeitos de roubarem lojas em Vitória, no Espírito Santo. O estado enfrenta uma grave crise de segurança pública devido à paralisação dos policiais militares que reivindicam reajuste salarial e melhores condições de trabalho - 07/02/2017 (Paulo Whitaker/Reuters)
55/67 Segurança privada guarda a porta de uma loja no centro de Vitória, Espírito Santo - 07/02/2017 (Paulo Whitaker/Reuters)
56/67 Homens consertam uma porta de loja após ataque de assaltantes em Vila Velha, no Espírito Santo - 06/02/2017 (Vinicius Moraes/AFP)
57/67 Loja da Casas Bahia fica com a porta destruída após ataque de assaltantes em Vitória, no Espírito Santo - 06/02/2017 (Gabriel Lordello/Reuters)
58/67 Parentes de policiais militares mostram cartazes durante protesto em apoio à paralisação da categoria na entrada de uma delegacia em Vila Velha, no Espírito Santo - 06/02/2017 (Vinicius Moraes/AFP)
59/67 Violência no Espírito Santo - Comerciante que teve o carro atingido por quatro tiros na noite de domingo na BR 262 (Gabriel Lordello/Reuters)
60/67 Violência no Espírito Santo - Loja das Casas Bahia que foi arrombada e assaltada na noite de domingo (05/02) (Gabriel Lordello/Reuters)
61/67 Violência no Espírito Santo - Comerciante que teve o carro atingido por quatro tiros na noite de domingo na BR 262 (Gabriel Lordello/Reuters)
62/67 Manifestação de familiares de policiais impede saída de viaturas do Quartel do Comando Geral da Polícia Militar do Espírito Santo, na av. Maruípe, em Vitória (Gilson Borba/Futura Press/Folhapress)
63/67 Comércio fechado na Vila Rubim em Vitória (ES), nesta segunda-feira (06), devido à greve de policiais. (Gilson Borba/Futura Press/Folhapress)
64/67 Manifestação de familiares de policiais impede saída de viaturas do Quartel do Comando Geral da Polícia Militar do Espírito Santo, na av. Maruípe, em Vitória (Gabriel Lordello/Folhapress)
65/67 Manifestação de familiares de policiais impede saída de viaturas do Quartel do Comando Geral da Polícia Militar do Espírito Santo, na av. Maruípe, em Vitória (Gabriel Lordello//Folhapress)
66/67 Vista do Quartel do Comando Geral da Polícia Militar, em Vitória (ES). A Polícia Militar está fora das ruas desde a madrugada de sábado (4). (Gilson Borba/Futura Press/Folhapress)
67/67 Lojas fechadas em Vitória em virtude da manifestação de familiares dos policiais militares do Espirito Santo, em frente ao Batalhão da PM na capital, que impede a saída das viaturas para patrulhamento nas ruas. (Gabriel Lordello/Folhapress)
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