Renan Bolsonaro, o filho Zero Quatro do presidente da República, estreou como empreendedor em Brasília. Em outubro, ele abriu as portas do seu escritório, localizado no camarote 311 do estádio Mané Garrincha, alugado com um bom desconto. O local ganhou uma reforma arquitetônica refinada, com a instalação de móveis novos e peças e decorações de patrocinadores interessados em ter uma boa relação com o jovem rebento de Jair Bolsonaro. As marcas que apoiaram o projeto são exibidas em um grande painel e na parede.
Um mês depois da inauguração do seu próprio negócio, Renan registrou formalmente a sua empresa: a Bolsonaro Jr Eventos e Mídia, cujo e-mail destacado para contato é “brasileiropressor”. A pequena firma nasceu com um capital social de 105 000 reais e tem como principal ramo de atuação fornecer “serviços de organização de feiras, congressos, exposições e festas”. O jovem empreendedor até tem planos de trabalhar com entretenimento, atraindo patrocinadores para eventos com influenciadores digitais, cantores e celebridades. Mas, atualmente, ele tem atuado em outro segmento, onde, aliás, é mais conhecido: o governo federal.
Conforme VEJA revelou, Renan solicitou ao gabinete da presidência da República uma audiência para tratar de interesses comerciais de um de seus patrocinadores do Espírito Santo. O pedido foi encaminhado por um assessor especial de Jair Bolsonaro ao ministro Rogério Marinho, do Desenvolvimento Regional, que recebeu, fora da agenda, o Zero Quatro e um empresário capixaba. Procurada, a pasta confirmou que apenas atendeu a uma solicitação do Palácio do Planalto.
Para estruturar a sua empresa, Renan também contou com a ajuda do advogado Luis Felipe Belmonte, um dos dirigentes do Aliança pelo Brasil, partido que o presidente Bolsonaro tenta tirar do papel. Belmonte foi o responsável por apresentar o empresário responsável pela administração do estádio Mané Garrincha, que ofereceu um aluguel com preço camarada, e deu um empurrão financeiro. “Dei uma pequena ajuda no começo, para fazer a montagem do camarote onde funciona a empresa. Foi de uns 10 000 reais mais ou menos”, afirma Belmonte.