Com o objetivo de auxiliar no enfrentamento à epidemia da Covid-19 no país, um grupo de médicos, pesquisadores e cientistas desenvolveu um aplicativo que pode não só ajudar no acompanhamento da propagação da doença como auxiliar, num segundo momento, no afrouxamento do isolamento social. Com o recurso da inteligência artificial, a plataforma Dados do Bem – já disponível para Android e IOS – tem condições de identificar os locais de maior incidência da transmissão do coronavírus e acompanhar a evolução da imunidade da população. O monitoramento começa a partir desta segunda, 20, pelo Rio de Janeiro, segundo estado com o maior número de infectados, e os dados serão usados para auxiliar o governo na elaboração de estratégias.
No aplicativo, criado em conjunto pelo Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino e pela empresa de tecnologia Zoox Smart Data em apenas 25 dias, o usuário faz uma autoavaliação, preenchendo um questionário para checar se ele tem ou não os sintomas do novo vírus. Se, com base nas informações fornecidas, as chances de a pessoa estar infectada forem altas, ela pode ser convidada a fazer um teste. O exame é gratuito e marcado com hora e dia específicos. No caso da testagem confirmar mais um caso de coronavírus, o aplicativo tem condições de indicar as cinco pessoas com quem aquele usuário teve maior contato nos últimos dias. Estas pessoas também são convidadas a responder às perguntas da plataforma.
Com sintomas leves da doença e em quarentena, o secretário de saúde do Rio, Edmar Santos, ressaltou, em nota, que o projeto vai permitir acompanhar a curva de casos de forma mais imediata e identificar as regiões de maior concentração. Pesquisadores envolvidos no projeto também acreditam que o aplicativo será útil para elaborar medidas para a saída gradual da quarentena. A expectativa é que já nos próximos cinco dias se tenha um bom volume de dados.
Outros países também se valeram da tecnologia para ter um retrato mais fiel da evolução dos casos e conter o avanço da pandemia. A China, berço da Covid-19, tenta hoje impedir uma segunda onda de contaminação monitorando seus habitantes. Os chineses trazem no celular um aplicativo com QR code individual. Cada cor que aparece tem um significado: a crede libera a circulação por espaços públicos de quem não tem a doença; a vermelha restringe os contaminados; e a amarela aponta quem teve contato com algum dos infectados.
A rede pública de saúde do Rio já tem 94% das UTIs para coronavírus ocupadas. De acordo com o último boletim divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde, o Rio tem 341 óbitos e 4.349 casos confirmados no Rio. Há ainda 150 mortes em investigação no estado. No país, já são 2.462 óbitos registrados e 38.654 infectados. O sudeste concentra 55% dos casos de coronavírus (21.285).