A média de vacinas contra a Covid-19 aplicadas em maio, somando a primeira e a segunda doses, dobrou em relação a março, embora ainda esteja longe da velocidade ideal para conter a pandemia no país e abaixo da verificada em abril.
Segundo dados compilados por VEJA, a média na semana de 10 a 16 de maio chegou a 691.553 doses – na primeira semana de março, este número era de 347.581. A média de vacinados por dia, no entanto, já foi maior: chegou a 878.153 entre os dias 2 de abril e 2 de maio.
Um dos problemas enfrentados pelo país é a oferta de imunizantes, principalmente em razão da demora no fechamento de contratos, atrasos na vinda de insumos de outros países — especialmente da China — e problemas com a autorização de imunizantes já comprados pelo país — como a Sputnik — levaram o Brasil a reduzir sucessivamente as quantidades de vacinas produzidas..
A paralisação da produção da CoronaVac devido à falta de matéria-prima, o ingrediente farmacêutico ativo (IFA), por exemplo, irá reduzir em 17% a quantidade de vacinas disponíveis no Brasil em maio. De acordo com o diretor do Butantan, Dimas Covas, estava prevista a entrega de 12 milhões de doses ao Programa Nacional de Vacinação neste mês, mas só será possível entregar “pouco mais de 5 milhões de doses”.
O Ministério da Saúde não conseguiu em ao menos dez oportunidades, desde o início da vacinação, entregar o número de vacinas contra a Covid-19 que é prometido a cada cronograma anunciado. Em maio, por exemplo, a pasta não conseguirá entregar 31% das doses prometidas. O sistema de saúde deveria ter à disposição 46,9 milhões de vacinas, mas, segundo a nova previsão do governo, 32,4 milhões de doses deverão ser entregues.
O Brasil fica em quinto lugar no mundo entre países com as maiores médias absolutas de vacinas aplicadas por dia, atrás, pela ordem, de China, Estados Unidos, Índia e Alemanha. No total, o Brasil aplicou até agora 59,4 milhões de doses. A vacinação no país começou em janeiro deste ano.
Em relação a sua população, no entanto, o país está mal colocado: imunizou até agora 14% de seus habitantes, o que o coloca em 71º lugar em cobertura entre todas as nações do mundo.