Crivella considera ‘segura’ ciclovia que voltou a desabar no Rio
Prefeito declarou que trabalho de prevenção para chuvas na cidade "não foi efetivo" e recomendou que população não saia de casa enquanto tempestade seguir
Diante das fortes chuvas que atingiram o Rio de Janeiro na noite desta segunda-feira 8 – causando ao menos três mortes e alagamentos em diversos pontos da cidade -, o prefeito Marcelo Crivella (PRB) considera que o trabalho de prevenção realizado pela Defesa Civil do município “não foi efetivo” para evitar transtornos.
Em entrevista para a Globo News, ele declarou que não eram esperados volumes tão grandes de água na Zona Sul do município e afirmou que a ciclovia Tim Maia é “segura”, apesar de já ter desabado em dias de tempestade ao menos quatro vezes. Apenas na primeira delas, em abril de 2016 (pouco depois da inauguração), foram registradas mortes.
“Não considero que foi efetivo (o trabalho de prevenção)”, afirmou Crivella. “A gente imaginava que teria chuva forte, mas não fomos capazes de imaginar que ela cairia com tanta força na Zona Sul. Se nós tivéssemos tido essa certeza, talvez tivéssemos uma eficiência melhor”, complementou.
O prefeito comentou ainda sobre a situação da ciclovia Tim Maia, após o desabamento de um trecho do pavimento na avenida Niemeyer. É pelo menos a quarta vez que a ciclovia, inaugurada em 2016, tem quedas na estrutura por conta de chuvas.
“(A ciclovia Tim Maia) é segura sim, desde que a gente não tenha desabamento. Por isso a gente passou a passou a trabalhar em toda a (avenida) Niemeyer, e, claro, sempre que há chuva forte a gente fecha. Não só a Niemeyer, como fecha também a ciclovia”, comentou Crivella.
No fim da noite desta segunda-feira, o Corpo de Bombeiros confirmou a primeira morte em alagamentos: um homem – que foi identificado como Guilherme Fontes, de 30 anos, um motoqueiro – foi encontrado embaixo de um veículo no bairro da Gávea e afogamento é apontado como causa provável para o óbito. Ele teria caído de sua motocicleta e sido arrastado pela correnteza.
De acordo com a Globo News, duas mulheres, que são irmãs, morreram em um desabamento no morro da Babilônia, no Leme. No mesmo incidente, outra pessoa (tia delas) foi resgatada com ferimentos e um homem é considerado desaparecido.
“A gente gostaria de pedir às pessoas que não saíssem de casa. Tocamos 34 sirenes em 21 comunidades (o número depois foi atualizado para 39 sirenes). Teve 90 milímetros em uma hora, isso causou um caos”, alertou o prefeito Marcelo Crivella.
Na madrugada desta terça-feira, a Rede Municipal de Ensino declarou suspensas as aulas em escolas durante o dia. A chuva perdeu força após o ápice na noite, mas diversas pessoas seguem isoladas em meio a alagamentos em diferentes pontos da cidade.