Crivella recorre contra cassação e partido critica decisão de juíza
Ex-prefeito do Rio de Janeiro é acusado de montar um esquema que impedia repórteres de denunciarem falhas no sistema de saúde
O deputado federal Marcelo Crivella (Republicanos) recorreu de sua cassação, determinada no último domingo, 28, pela juíza Márcia Santos, do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ), além da aplicação de uma multa de 433 mil reais e a inelegibilidade do político por oito anos, a valer de 2020.
O recurso, apresentado pela defesa de Crivella ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ao TRE-RJ, ressalta que a decisão de cassação de um mandato de deputado federal não pode ser tomada por uma juíza de primeira instância. A sigla do deputado saiu em defesa de Crivella e criticou a decisão da magistrada, a qual “não possui competência legal”, escreveu.
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A ação que levou à medida da juíza foi protocolada pela coligação “É a vez do Povo”, formada pelo PT e pelo PCdoB, há três anos, que acusam o ex-prefeito de abuso de autoridade.
Em agosto de 2020, foi revelado pela imprensa fluminense que havia um esquema da prefeitura do Rio para impedir que denúncias sobre a área da saúde fossem feitas. Funcionários do município atrapalhavam o trabalho de repórteres cariocas nas portas de hospitais e clínicas, durante a pandemia da Covid-19. A denúncia aponta Crivella como mentor das ações do grupo conhecido como “Guardiões do Crivella”.
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Crivella pode perder o atual mandato como deputado federal, já que ele se elegeu em 2022, durante o período que agora é considerado como sendo proibido para apresentação de candidaturas.
No último mês, o deputado federal foi condenado por “abuso de poder econômico” em sua campanha para a reeleição à prefeitura da capital fluminense em 2020, a qual perdeu para Eduardo Paes (PSD). Junto a ele, a tenente-coronel Andréa Firmo, sua vice na chapa, também foi condenada à mesma pena. A Justiça determinou ainda que ela devolva 42 mil reais à Justiça por ter gasto recursos de campanha para confeccionar 1 milhão de panfletos com “informações inverídicas” sobre o atual prefeito do Rio de Janeiro.