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Curva de contágio da Covid-19 volta a crescer em todo o país

Após relativo controle no fim de março e início de abril, estudo da Fiocruz aponta para crescimento acelerado de casos de coronavírus em todas as regiões

Por Sofia Cerqueira Atualizado em 5 Maio 2020, 18h56 - Publicado em 5 Maio 2020, 18h37

Novo relatório da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgado no fim da tarde desta terça-feira 5, chama atenção para a curva de contágio do coronavírus no país: depois de uma relativo controle, ela se mantém em alta e em um ritmo acelerado. O boletim do sistema InfoGripe, que monitora os dados de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) em todo o Brasil e tem como fonte os dados do sistema Sivep-gripe da Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, destaca a manutenção da aceleração no crescimento das internações por SRAG, sobretudo dos casos de Covid-19. De acordo ainda com o estudo, relativo à semana epidemiológica 18 (26 de abril a 2 de maio), todas as regiões brasileiras seguem na zona de risco e com atividade semanal muito alta para SRAG, com predominância de 82,7% do novo vírus.

Após uma tendência de queda observada no final de março, a análise mostra uma clara retomada na aceleração de casos. “Tivemos duas semanas de crescimento muito intenso em meados de março, depois tivemos uma clara desaceleração no final do mês e começo de abril. A redução do ritmo do crescimento pode ser associada à forte adesão que tivemos ao isolamento social desde o começo de março. Porque a gente tem um efeito lento nesse processo, o tempo entre a infecção e a hospitalização é, em média, de duas semanas”, afirma o coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes.

O novo boletim informa que, até o dia 2 de maio, o Brasil teve um total de 57.017 casos de SRGA notificados. Mas considerando atrasos, de acordo com a metodologia desenvolvida pela plataforma, a estimativa é que este total atualizado seja de 74.232, com um intervalo de confiança de 65.441 a 87.303. No caso de óbitos, já foram inseridos no sistema 8.024 notificações, o que leva uma estimativa de que o total até a semana 18 seja de 9.587, com intervalo de confiança de 8.785 mil a 11.040 mil.

Entre os casos reportados, 16.260 tiveram resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, sendo 5.2% Influenza A, 2.6% Influenza B, 3.1% vírus sincicial respiratório, e 82.7% SARS-CoV-2 (Covid-19). Outros 19.424 apontaram negativo, e ao menos 16.839 estão aguardando resultado. Entre os óbitos, 3.904 com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 2.767 negativos, e há ao menos 810 aguardando resultado. Dentre os positivos, o novo coronavírus predomina, com 94.8% dos resultados.

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A retomada de crescimento é observada tanto nos dados de SRAG em geral quanto síndrome por Covid-19. Este panorama sugere a necessidade de manutenção das recomendações de isolamento social para evitar a demanda hospitalar acima da capacidade de atendimento, como já tem sido registrada em alguns estados. Segundo os pesquisadores, o aumento de casos pode estar relacionado com a redução na adesão ao isolamento social no mês de abril. “Os dados nos mostram que sacrifício que fizemos funciona e podemos ver e mensurar esse resultado. Isto acende um sinal de alerta. A gente não pode relaxar, ainda não é o momento. O isolamento é hoje a principal ferramenta que nós temos”, ressalta Gomes.

De acordo com o boletim do Ministério da Saúde, foram registrados no país até hoje 107.780 casos de pessoas contaminadas pela Covid-19 e 7.321 óbitos.

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