Menos de uma semana após sofrer ataques racistas no Instagram, a deputada federal e pré-candidata a prefeita do PSOL em Niterói, Talíria Petrone, procurou a Polícia Civil do Rio nesta terça-feira, 30, para denunciar ameaça de morte. A mensagem chegou um dia antes por e-mail e diz que a parlamentar “vai ficar furada como Marielle” se ela não renunciar ao mandato e à candidatura e não abandonar a política. Talíria esteve nesta tarde na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), na Lapa, para prestar depoimento. Ela também comunicou o caso à Superintendência da Polícia Federal no Rio e ao Ministério Público.
O texto, que traz também ofensas racistas e misógenas – Talíria é chamada repetidamente de “macaca” -, inclui mais de uma vez ameaças à vida da parlamentar e de sua família. O caso foi registrado com base nos crimes de ameaça, racismo e violência política de gênero.
“Queria dizer o quanto absurdo é estar nesse lugar. Diante de tanta coisa para construir na política, tantas propostas para melhorar a cidade, tantas feitos do mandato, é bem lamentável ser obrigada a estar nesse lugar de ameaça, vítima e tentativa de interdição. Nada vai me impedir de ser uma mulher negra que faz política por completo: decide os rumos da cidade, discute orçamento público, economia, educação”, afirmou a deputada, ressaltando. “Queremos paz na política. Vamos buscar responsabilizar da maneira mais séria o criminoso”.
Por conta de ameaças anteriores, a política do PSOL é acompanhada 24h por escolta policial e faz parte do Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos.
“A violência política é uma ameaça à democracia brasileira ao impedir que minorias sociais ocupem espaços de poder e de decisão. Faço um chamado a paz na política. Toda divergência deve ser aceita. Violência jamais”, apela a deputada.