Doria cede à pressão de prefeitos e irá mudar avaliação da Grande SP
Medida foi proposta para definir a capacidade de atendimento das cidades no entorno da capital e facilitar a retomada das atividades
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), irá anunciar nesta sexta-feira (29) um novo método de avaliação da região metropolitana de São Paulo, que foi considerada área de risco sob a visão epidemiológica e, por isso, teve a reabertura das atividades comerciais adiada. Enquanto isso, a capital vai poder flexibilizar a quarentena a partir do dia 15. O anúncio criou forte reação entre os prefeitos da Grande São Paulo, incluindo alguns aliados de Doria.
As cidades no entorno da capital vão passar a ser avaliadas em blocos, e não mais individualmente. A partir dessa divisão, vão ser calculadas a capacidade de leitos de UTI disponíveis e o número de infectados, mesmos critérios que garantiram à capital a reabertura. A divisão será baseada em estrutura já usada pela secretaria estadual de Saúde que divide o estado em Redes de Atenção à Saúde (RAS). Diante disso, a região metropolitana vai ser avaliada em cinco blocos.
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Clique e AssineO anúncio é um aceno de que Doria cedeu à pressão dos prefeitos, como Orlando Morando (PSDB), de São Bernardo do Campo, que ameaçou recorrer à Justiça para retomar a atividade comercial nas cidades do ABC. “De acordo com o governo, a cidade São Paulo é como uma ilha de pureza”, disse Morando.
De acordo com o mapa divulgado pelo governo, a capital figura como uma ilha laranja em meio a cidades representadas pela cor vermelha, que indica situação epidemiológica preocupante e, por isso, devem manter a quarentena.
Ao anunciar o plano de flexibilização da quarentena, Doria explicou que haverá uma avaliação a cada sete dias para saber como está o controle da epidemia e as condições no sistema de saúde em cada local. Se houver alteração dos indicadores, as regiões poderão evoluir ou regredir de fase. Além disso, uma região só poderá se mover para fases menos restritivas após 15 dias em cada fase, o que corresponde a um período completo de incubação.
De acordo com o governo do estado de São Paulo, foram priorizados setores que empregam mais, com maior risco de falência e que criam menos risco de transmissão da Covid-19. Ainda não há previsão de abertura para os setores de educação e transportes.