O prefeito João Doria (PSDB) foi alvo de protesto após participar da cerimônia de inauguração da Japan House São Paulo, novo espaço dedicado à cultura japonesa na capital paulista. Já no carro, no banco de passageiros, o tucano foi “presenteado” por uma cicloativista com flores amarelas, em alerta contra as mortes nas marginais e mudanças que a Prefeitura pretende adotar em relação às ciclovias. Doria pegou as flores e as jogou no chão.
A assessoria da Prefeitura de São Paulo disse que “o prefeito apenas reagiu a um gesto invasivo e desnecessário”. Segundo a administração, a mesma cicloativista já causou constrangimento ao prefeito anteriormente, como no lançamento do projeto Marginal Segura. Em entrevista à TV Globo, logo após a reação de Doria, Giulia Gallo, autora do gesto, se disse indignada e declarou: “Eu, como ciclista e pedestre, estou me sentido muito desprotegida. Se ele tirar as ciclovias vamos correr risco”.
A Secretaria de Transportes da Prefeitura vem organizando estudos e avaliações das ciclovias da cidade. Algumas são inseguras e ineficazes, de acordo com o órgão. “Haverá uma readequação das ciclovias de São Paulo. De forma nenhuma, o prefeito é contra as ciclovias”, diz a assessoria. Uma das ciclovias que podem sair do mapa urbano é a da Rua Consolação, considerada perigosa pela pasta.
Mortes nas Marginais
Na última quarta-feira, o prefeito João Doria convocou entrevista coletiva para reiterar que as mortes recentes nas Marginais Tietê e Pinheiros não têm relação com o aumento de velocidade nas vias. “Nenhum dos acidentes até aqui têm relação direta com o aumento da velocidade na via expressa. Todos, lamentavelmente, foram por imprudência”. Doria referia-se ao caso mais recente de atropelamento de um idoso que tentava cruzar a avenida quando foi atingido por um veículo, na madrugada da última terça-feira. Ao todo, até agora, são oito mortos nas Marginais Tietê e Pinheiros – sete foram acidentes envolvendo motociclistas, de acordo com a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET).