‘Ele se sentiu humilhado e impotente’, diz irmão de reitor que se suicidou
Acioli Cancellier de Olivo, irmão do ex-reitor da UFSC Luiz Carlos, que se suicidou após acusações levianas, em 2017, falou no Amarelas ao Vivo
Por Guilherme Venaglia
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Atualizado em 10 dez 2018, 09h17 - Publicado em 24 abr 2018, 16h46
Acioli Cancellier de Olivo é entrevistado pelo colunista Augusto Nunes durante o fórum Amarelas ao Vivo em São Paulo - 24/04/2018 (Antonio Milena/VEJA.com)
O suicídio de Luiz Carlos Cancellier de Olivo, reitor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), foi o tema da última das dez entrevistas do fórum Amarelas ao Vivo, nesta terça. Irmão de Luiz, Acioli Cancellier de Olivo conversou com o colunista de VEJA Augusto Nunes no evento, versão de palco das tradicionais Páginas Amarelas da revista.
Em 14 de setembro de 2017, o então reitor da universidade foi alvo da operação Ouvidos Moucos, da Polícia Federal, que combatia supostos desvios de dinheiro na gestão da UFSC. Acusado levianamente de integrar um “esquema criminoso”, ele tirou a própria vida dezessete dias depois.
Para Acioli de Olivo era nítido o impacto permanente dos fatos na vida do irmão. “Ele se sentiu humilhado e impotente diante da pecha que lhe causaram”, argumenta.
De acordo com o familiar, Luiz Carlos, que considerava a instituição “sua vida”, ficou afetado diante das manchetes estampadas de que era responsável por um desvio de 80 milhões de reais, conforme o acusou a comunicação da PF no dia da operação — na verdade, esse era o valor do custo total do programa que estava no centro da investigação e não havia qualquer prova de participação do reitor em desvios.
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1/32 O diretor de redação de VEJA, André Petry, abriu a segunda edição do fórum Amarelas ao Vivo, que ocorreu nesta terça 24, em São Paulo - 24/04/2018 (Antonio Milena/VEJA)
2/32 Com o tema "Como as redes sociais e as fake news afetarão as eleições, o Brasil e você", o Amarelas ao Vivo teve como primeiro entrevistado do dia Luiz Fux, ministro do STF e presidente do TSE - 24/04/2018 (Antonio Milena/VEJA)
3/32 Luiz Fux, ministro do STF e presidente do TSE, foi entrevistado pelo redator-chefe de VEJA Policarpo Junior - 24/04/2018 (Antonio Milena/VEJA)
5/32 Um dos alvos preferidos de fake news, o ministro do STF Gilmar Mendes foi o segundo entrevistado do dia no fórum Amarelas ao Vivo - 24/04/2018 (Antonio Milena/VEJA)
6/32 O ministro do STF Gilmar Mendes foi entrevistado pelo diretor de redação de VEJA, André Petry - 24/04/2018 (Antonio Milena/VEJA)
9/32 O consultor político equatoriano Jaime Durán Barba falou sobre a estratégia digital da campanha presidencial de Mauricio Macri, na Argentina - 24/04/2018 (Antonio Milena/VEJA.com)
10/32 Jaime Durán Barba foi entrevistado pela redatora-chefe de VEJA Thaís Oyama - 24/04/2018 (Antonio Milena/VEJA)
12/32 Um dos responsáveis pela campanha vitoriosa de Emmanuel Macron à Presidência da França, o estrategista político Guillaume Liegey foi um dos entrevistados do fórum Amarelas ao Vivo em São Paulo - 24/04/2018 (Antonio Milena/VEJA)
13/32 Liegey foi entrevistado pelo colunista de VEJA Ricardo Noblat - 24/04/2018 (Antonio Milena/VEJA.com)
15/32 O jornalista Ricardo Boechat foi entrevistado sobre a relevância do jornalismo profissional no combate às fake news - 24/04/2018 (Antonio Milena/VEJA)
16/32 Ricardo Boechat foi entrevistado pelo redator-chefe de VEJA Fábio Altman - 24/04/2018 (Antonio Milena/VEJA.com)
21/32 "Como os boatos atingem o caixa da sua empresa" foi o tema da entrevista do publicitário Nizan Guanaes no Amarelas ao Vivo - 24/04/2018 (Antonio Milena/VEJA.com)
22/32 Nizan Guanaes, fundador do Grupo ABC, foi entrevistado pelo redator-chefe de VEJA e titular da coluna Radar, Mauricio Lima - 24/04/2018 (Antonio Milena/VEJA.com)
24/32Coordenador do Monitor do Debate Político no Meio Digital e professor da Universidade de São Paulo (USP), Pablo Ortellado foi entrevistado sobre o quanto as redes sociais irão impactar as eleições - 24/04/2018 (Antonio Milena/VEJA.com)
25/32 Pablo Ortellado falou com a colunista de VEJA Dora Kramer - 24/04/2018 (Antonio Milena/VEJA.com)
27/32 Na segunda edição do fórum Amarelas ao Vivo, o infectologista David Uip foi entrevistado sobre o veneno das notícias falsas sobre saúde - 24/04/2018 (Antonio MIlena/VEJA.com)
28/32 Uip foi entrevistado pela editora de VEJA Adriana Dias Lopes- 24/04/2018 (Antonio Milena/VEJA)
30/32 Acioli Cancellier de Olivo falou sobre o suicídio do irmão, o ex-reitor da UFSC, Luiz Carlos Cancellier de Olivo - 24/04/2018 (Antonio Milena/VEJA.com)
31/32 Acioli Cancellier de Olivo falou com o colunista de VEJA Augusto Nunes - 24/04/2018 (Antonio Milena/VEJA.com)
O irmão contou que Luiz Carlos consultou diversos juristas de Santa Catarina sobre a sua situação e que sua esperança diminuiu perceptivelmente depois disso. “Provavelmente, falaram para ele sobre as dificuldades que uma pessoa tem para se livrar de uma acusação mesmo que esta seja falsa. Ele deve ter percebido que a pecha que o infligiram nas redes sociais e, principalmente, no meio acadêmico não sairia. Percebeu que, ali, tinha acabado a carreira dele”.
Durante os dias que antecederam, nem ele nem nenhum outro familiar anteviram o que aconteceria. No entanto, estava evidente, conta, que algo não estava bem. “Saíamos de táxi e o temor dele era ser reconhecido. Olhava para os lados o tempo todo. Temia que alguém falasse: ‘Você não é o reitor dos 80 milhões de reais?'”. Também lembrou que os muros da universidade foram pichados com mensagens no mesmo sentido.
Acioli conta que entrou com uma representação junto ao Ministério da Justiça para apurar o motivo da divulgação tão ampla e errônea sobre os fatos que pesavam contra o seu irmão. Ele contou que, cerca de dois meses depois, recebeu a resposta da PF, que dizia que o fato de existir uma informação errada em seu site era “indiferente”, porque “ninguém lê”.
O irmão contou que o papel do bilhete, em que o reitor afirmou que sua morte foi selada no dia em que foi afastado da UFSC, veio de um livro doado a ele, escrito pelo israelense Amos Oz, que dizia respeito ao combate ao fanatismo. “Esse recado ele passou para a posterioridade. Conviver com a diversidade e rejeitar o fanatismo.”
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