Embate entre Dino e bolsonaristas já tem data para ocorrer na Câmara
Ministro da Justiça vai à CCJ na próxima semana para falar sobre atos golpistas de 8 de janeiro, visita a favela no Rio e restrição ao armamento civil
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, tem data marcada para seu primeiro embate direto com parlamentares da oposição. Na próxima terça-feira, 28, Dino vai à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, onde enfrentará o escrutínio dos deputados bolsonaristas sobre a resposta do governo às violentas manifestações ocorridas em 8 de janeiro em Brasília.
Ainda que a base do governo tenha aliviado as circunstâncias da audiência, transformando a convocação compulsória requerida pelo PL em um convite formal, o comparecimento à sessão é uma proposta que Dino não pode recusar.
Além de justificar as ações de seu ministério em reação aos atos golpistas — incluindo o pedido ao Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar parlamentares por fake news e a controversa decisão de manter sob sigilo os registros da depredação por câmeras de segurança –, o ministro deve esclarecer sua visita ao Complexo da Maré, no Rio de Janeiro, no último dia 13, para se encontrar com representantes de uma ONG da favela. Também está na pauta a restrição do acesso da população a armas de fogo e munições decretada pelo presidente Lula já no primeiro dia de mandato.
Dois parlamentares denunciados por Dino ao STF compõem a CCJ, ambos do PL: Carlos Jordy (RJ), como titular, e Cabo Gilberto Silva (PB), como suplente. Jordy afirma que o pedido de inquérito é uma tentativa de censurar opositores do governo, ao passo que tenta forjar, sem evidências concretas, uma ligação entre o ministro da Justiça e o comando do tráfico na Maré.
A audiência na CCJ promete ser uma prova de fogo para as medidas adotadas até agora por Flávio Dino, um dos aliados mais estratégicos de Lula e agente central do governo no combate à violência e ao extremismo político.