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Emílio revela reunião com Lula no Planalto sobre sítio de Atibaia

Em 30 de dezembro de 2010, empreiteiro diz ter avisado Lula, dentro do gabinete presidencial, do prazo de conclusão da reforma do sítio

Por Daniel Pereira, Felipe Frazão, Hugo Marques, Marcela Mattos, Renato Onofre, Robson Bonin, Rodrigo Rangel, Thiago Bronzatto
Atualizado em 12 abr 2017, 22h22 - Publicado em 12 abr 2017, 18h30
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  • Polícia Federal faz buscas no sítio frequentado pelo ex-presidente Lula e por familiares em Atibaia, no interior de São Paulo, na sexta-feira (04)
    Polícia Federal faz buscas no sítio frequentado pelo ex-presidente Lula e por familiares em Atibaia, no interior de São Paulo, na sexta-feira (04) (Avener Prado/Folhapress)

    O empreiteiro Emílio Odebrecht, em depoimento no processo de delaçãorelata um encontro com Lula, dentro do gabinete presidencial, no Palácio do Planalto, em que tratou com o então presidente das obras de reforma do sítio de Atibaia. “Em reunião havida com o ex-presidente em 30 de dezembro de 2010, em Brasília, na sala dele no Planalto, ou seja, no penúltimo dia do seu mandato, informei a ele que iria entregar o ‘empreendimento’ [a reforma do sítio] até 15 de janeiro de 2011”, disse Emílio Odebrecht. “Eu disse: olhe, chefe! O senhor vai ter uma surpresa. Nós vamos garantir o prazo que nós tínhamos dado lá no negócio do sítio”, complementou.

    O patriarca da maior empreiteira do país revela que partiu da ex-primeira-dama Marisa Letícia, morta em fevereiro, o pedido para que a empreiteira realizasse as obras de reforma no sítio de Atibaia. Emílio conta que foi procurado pelo executivo Alexandrino Alencar, em meados de novembro de 2010, para tratar do assunto envolvendo um sítio em Atibaia. Um dos diretores da Odebrecht mais próximos de Lula, Alexandrino disse a Emílio que havia se encontrado com a primeira-dama Marisa Letícia na festa de aniversário do presidente petista, realizada no Centro Cultural do Banco do Brasil, em Brasília. “A primeira-dama pediu a Alexandrino que a Odebrecht a ajudasse na realização das obras em um sítio em Atibaia, pois ela queria fazer uma surpresa para o seu marido, assim que ele deixasse a Presidência. Alexandrino me avisou do pedido de dona Marisa e me disse para não comentar nada com o ex-presidente, pois dona Marisa havia informado que o sítio seria uma surpresa”, disse Emílio no depoimento de delação.

    Ao reconstituir a reunião que teve com Lula no Palácio do Planalto, Emílio Odebrecht afirma que mesmo tendo sido alertado de que a obra seria uma “surpresa” resolveu comunicar diretamente ao presidente a conclusão da reforma: “Neste momento [em que Emílio falou da obra a Lula] ele não demonstrou nenhuma surpresa, comprovando, portanto, que já sabia da ‘surpresa’”.

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    Em outro depoimento, o executivo Carlos Armando Paschoal também narra detalhes de como a empreiteira se organizou para realizar a obra do sítio de Atibaia.

    Em outro vídeo, Alexandrino Alencar revela como a empreiteira adotou procedimentos para não deixar rastros de que havia executado a obra do sítio para Lula: “Em função da sensibilidade do processo, nenhum dos nossos funcionários usou macacão da Odebrecht e as compras de materiais foram feitas na região com dinheiro vivo”, diz Alexandrino. O executivo conta que dona Marisa chegou a vistoriar as obras do sítio de Atibaia. Segundo Alexandrino, o valor final da reforma do sítio foi de 1 milhão de reais. Para justificar os investimentos, a empreiteira forjou notas fiscais falsas no nome de Fernado Bittar, um dos proprietários formais do sítio, para simular o pagamento dos custos da obra. A manobra foi realizada, segundo Alexandrino, a pedido do advogado de Lula Roberto Teixeira: “Em março de 2011, eu recebo uma ligação do advogado Roberto Teixeira, advogado da família Lula da Silva, pedindo que eu fosse até o escritório dele. Fui lá e ele estava preocupado como é que poderia parecer essa obra sem vínculo com os proprietários do sítio (Fernando Bittar)”, narra Alexandrino.

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