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Por que capital e outras grandes cidades devem seguir em quarentena em SP

Baseado em estudo da Unesp, plano de Doria prevê que municípios como Campinas e Ribeirão Preto não devem ter isolamento flexibilizado num primeiro momento

Por Mariana Zylberkan Atualizado em 21 abr 2020, 13h33 - Publicado em 21 abr 2020, 12h02
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  • Um estudo elaborado pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) baseou a decisão do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), de flexibilizar a quarentena a partir de 11 de maio em cidades onde a contaminação do coronavírus é menor, como Presidente Prudente, Araraquara, Votuporanga, Bauru e Marília. A capital, Grande São Paulo, Baixada Santista, Campinas, São José dos Campos, Araçatuba, Ribeirão Preto, Piracicaba, Sorocaba e São José do Rio Preto apresentam índices maiores de contaminação e devem manter as regras de isolamento social por mais tempo.

    O estudo, encomendado pelo governo estadual com o objetivo de nortear as decisões, deve ser divulgado por Doria na quarta-feira 22. O material inclui informações sobre as rotas de contaminação do coronavírus no estado. A principal é a rodovia Anhanguera, no trecho entre a capital e o nordeste do estado, próximo à fronteira com Minas Gerais. Em seguida, vem a rota da rodovia Washington Luís até São José do Rio Preto, na região norte. Os municípios menos afetados pela Covid-19 ficam à margem esquerda da rodovia Castello Branco.

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    Unesp mapeou o risco de contaminação por coronavírus no Estado de São Paulo (Reprodução/VEJA)

    A ideia do governo é liberar atividades econômicas não essenciais, como comércio e serviços nessas cidades onde a contaminação é menor. As regras vão ser definidas ainda nesta terça-feira, 21, e devem levar em conta o tamanho das lojas, por exemplo, e o número de pessoas atendidas. Está em estudo a exigência do uso de máscaras pela população. Apesar das determinações do governo, a ideia é que cada município tenha autonomia sobre as medidas de isolamento social que serão mantidas.

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    A reabertura de shoppings não será liberada, já que os estabelecimentos possuem vastas áreas fechadas e que dependem de ar-condicionado para funcionar. Os técnicos da Secretaria da Saúde também descartam flexibilizar restrições para restaurantes e bares, que deverão continuar funcionando apenas nos modelos de delivery e de retirada de produtos (take away).

    As cidades do interior paulista estão cerca de três semanas atrás na evolução de novos casos de coronavírus em relação à região metropolitana, que é o foco da epidemia. Os principais disseminadores da doença são os grandes centros urbanos, com destaque para a Grande São Paulo. Entre os dias 5 e 10 de abril, quando a mancha de casos confirmados, antes restrita à região metropolitana, se expandiu até as proximidades de Campinas, ao norte, e Santos, ao sul. O município de Ilha Comprida está entre os mais preocupantes no quesito número de casos confirmados por 100 000 habitantes, a cidade foi a primeira do Vale do Ribeira a registrar a presença da doença e a prefeitura decretou estado de calamidade pública.

    O prolongamento da quarentena em São Paulo se transformou em uma queda de braço política com opositores da medida, principalmente entre apoiadores do presidente Jair Bolsonaro. Carreatas têm sido organizadas em todo o estado para protestar contra as medidas de isolamento social.

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    Doria anunciou a decisão de flexibilizar a quarentena na segunda-feira 20 por meio de seu perfil no Twitter.  “Todas as medidas estarão alinhadas com o Comitê de Saúde do Centro de Contingência do Coronavírus. A ciência continuará pautando nossa ações”, escreveu o governador. 

    O decreto que instituiu a paralisação de serviços não essenciais em São Paulo foi publicado em 23 de março, com validade inicial de 15 dias. O período de quarentena foi prolongado duas vezes e atualmente está em vigor até 10 de maio.

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    Até segunda-feira 20, o estado tinha 14.580 casos confirmados e 1.037 mortes causadas pelo coronavírus. Nos últimos 20 dias, o total de infectados foi multiplicado por cinco vezes. Ainda há cerca de 7.000 testes para serem processados pelo Instituto Adolfo Lutz, laboratório de referência para o coronavírus no estado.

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