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Febre na pandemia, EdTechs roubaram dados de alunos, aponta estudo

Relatório mostra que empresas de educação à distância usaram sistemas de aprendizagem online para monitorar hábitos de estudantes

Por Gustavo Silva 1 dez 2022, 13h53

As empresas de tecnologia que se dedicam à educação à distância, as EdTechs roubam dados dos alunos  e violam os direitos de crianças e adolescentes. É o que aponta um estudo feito pela ONG Human Rights Watch. A pesquisa analisou mais de 163 produtos, que mantém contratos com 49 governos.

Febre na pandemia de Covid-19, quando as escolas foram obrigadas baixar as portas e recorrer às ferramentas digitais para manter o ensino, essas empresas colocaram em risco ou violaram diretamente a privacidade de crianças e adolescentes, para fins não relacionados à educação. Segundo o relatório, a urgência fez com que poucos governos verificassem se as EdTechs eram realmente seguras.

A análise feita pelo grupo rastreou as tecnologias incorporadas nos produtos e constatou que 89% dos softwares e aplicativos expuseram estudantes ou violaram seus direitos de privacidade. “Esses serviços tinham a capacidade de monitorar crianças e adolescentes, na maioria dos casos secretamente e sem o consentimento, coletando dados sobre quem são, onde estão, o que fazem durante a aula e que tipo de dispositivo eletrônico suas famílias tinham condições financeiras de ter”, descreve o estudo.

Grande parte dos serviços de aprendizagem na internet vinha acompanhado de ferramentas digitais capazes de monitorar as crianças e adolescente ao longo de todo dia, fora dos horários de aula. Os programas coletavam e registravam hábitos dos estudantes de maneira sorrateira. Os dados obtidos  eram repassados a 196 outras empresas, do ramo da publicidade, as quais usavam as informações para direcionar anúncios, a partir de algoritmos sofisticados.

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O relatório do Human Rights Watch defende que é preciso haver uma maior fiscalização por parte dos governos de todo o mundo, a fim de preservar os direitos dos cidadãos, em especial o das crianças e adolescentes. A ONG alerta para a necessidade de se melhorar a transparência na atuação dessas empresas.

 

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