Filha denuncia homem que atropelou e arrastou ciclista em Osasco

Mario Prestes Neto é acusado do homicídio de Gilmar Barbosa da Mata, que se segurou no teto do carro por mais de dois quilômetros

Por Da Redação
1 set 2017, 18h43

Ciclista atropelado em Osasco — Gilmar Mata atropelado enquanto voltava do trabalho em Osasco, na Grande São Paulo (Reprodução/Arquivo pessoal)

Identificado pela Polícia Civil,o principal suspeito de ter atropelado e arrastado um ciclista na tarde de quarta-feira, entre as cidades de Osasco e São Paulo, continua foragido. Mario Prestes Neto, de 61 anos, foi denunciado pela própria filha, que registrou um boletim de ocorrência em Itapevi, município da Grande São Paulo.

A polícia enviou agentes para endereços ligados ao suspeito, mas ele não foi encontrado. O veículo de Prestes Neto foi recolhido pela polícia, pois encaixa com o modelo e a cor descritos por testemunhas.

Segundo o delegado titular do 91º Distrito Policial (Vila Leopoldina), Elder Hamilton Leal, ainda não foram obtidas imagens do momento do atropelamento, que vitimou o pintor Gilmar Barbosa da Mata, de 45 anos. O motorista deixou o local do incidente sem prestar socorro à vítima. “Peço a colaboração de todos: se alguém tiver alguma indicação, alguma informação, que ligue para o Disque Denúncia”, declarou o delegado.

Segundo ele, o motorista deve responder por homicídio doloso, quando há intenção de matar, passível de pena de doze a trinta anos de reclusão. “Fica caracterizado o dolo não pelo atropelamento em si, porque ele poderia ter parado logo em seguida e socorrido a vítima, como deve ser feito. Mas não, em vez disso, ele fez a fuga do local do acidente, o que caracteriza mais um crime, e ficou patente que ele teve a intenção do resultado assumido”, explicou.

Continua após a publicidade

Histórico

O incidente ocorreu por volta das 17h50 desta quarta-feira, entre a Avenida Nações Unidas, no bairro Bonfim, em Osasco, e o Complexo Viário Heróis de 1932, conhecido como Cebolão. Segundo o assistente de manutenção Lusimar Rodrigues Barbosa Júnior, de 23 anos, que acompanhava a vítima, ambos voltavam do trabalho em uma rede de hotéis no bairro do Morumbi, na zona sul de São Paulo, no momento do atropelamento.

Segundo o rapaz, eles atravessavam a avenida quando um veículo Renault Clio preto atingiu o pintor, que ficou um pouco para trás porque empurrava a bicicleta. Com o impacto, ele teria sido arremessado e caído no teto do carro, onde se segurou por mais de dois quilômetros até as proximidades do Cebolão.

Continua após a publicidade

Natural de Boquira, na Bahia, a vítima trabalhava como pintor e morava em São Paulo havia cerca de dezoito anos. Ele faria aniversário de 46 anos nesta sexta-feira. O acidente ocorreu no primeiro dia em que ele foi ao trabalho de bicicleta, pois costumava utilizar o próprio carro no trajeto.

De acordo com o irmão do ciclista, Nilton Barbosa da Mata, de 42 anos, ele havia se casado há cerca de vinte dias com a companheira com quem vivia. Ele era pai de dois jovens, de 14 e seis anos. “Foi uma tragédia”, disse.

(Estadão Conteúdo)