O filho do ex-governador Sérgio Cabral, José Eduardo Cabral, é procurado pela operação SMOKE FREE, que mirou uma organização criminosa especializada no comércio ilegal de cigarros, mas está foragido. Segundo as investigações da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público Federal (MPF), o contrabando das mercadorias era feito por um grupo armado e transnacional, que chegou a gerar prejuízo de 2 bilhões de reais à União em sonegação de impostos, lavagem de dinheiro e corrupção. A 3ª Vara Criminal Federal do Rio de Janeiro, epicentro da operação, emitiu ordens de bloqueio de bens, avaliados em cerca de 300 milhões de reais.
Iniciada em 2020, a investigação dos órgãos aponta que a quadrilha comercializava cigarros falsos, comprados das milícias e do crime organizado. Na sequência, fazia a lavagem dos recursos para distribuir entre os envolvidos e fortalecer a organização, que contava até mesmo com um esquema particular de segurança, o qual participavam membros da polícia militar, da polícia federal e dos bombeiros.
Mais de 300 homens da PF cumpriram 27 mandados de prisão preventiva e 50 de busca e apreensão. A operação contou ainda com a ajuda da U.S. Homeland Security Investigations, do departamento de Defesa americano. Os investigados irão responder pela prática de crimes de sonegação fiscal, duplicata simulada, receptação qualificada, corrupção ativa e passiva, lavagem de capital e evasão de divisas. Se condenados, as penas podem chegar a 66 anos de prisão.
José Eduardo tem 26 anos e é filho do ex-governador com a primeira mulher, Suzana. É irmão do ex-deputado Marco Antônio Cabral, que não conseguiu se reeleger. Adepto a uma vida de luxos, quando era mais jovem, chegou a fazer uma festa de 15 anos na Hípica que juntou mais de 500 adolescentes.
Ao saber da notícia, o pai, que segue preso no Batalhão Especial Prisional (BEP), passou mal e chegou a desmaiar na cela. Cabral teve de ser atendido em uma unidade de saúde.