A atriz e agora diretora Leandra Leal aproveitou a Parada LGBT em São Paulo para lançar o seu primeiro filme, Divinas Divas. Do alto de um trio elétrico, a artista estava acompanhada de travestis que são retratados em seu documentário sobre as dificuldades que elas enfrentavam para trabalhar nas artes cênicas na década de 1960.
O filme já estreia com prêmios do público nos festivais do Rio e no americano SXSW. Leandra diz que, apesar de dialogar bastante com a comunidade LGBT, Divinas não tem a pretensão de debater a questão de identidade de gênero no Brasil. “O filme fala sobre oito artistas que admiro muito “, diz.
A travesti Eloína dos Leopardos, que é retratada no filme, e a transexual militante da causa do orgulho gay, Márcia Araújo, estavam ao lado da atriz no trio elétrico, a quem teceram elogios. “A Leandra se mostrou muito sensível ao fazer um filme como esse, com dificuldades de apoio e patrocínio”, comentou Eloína.
Para Márcia, o filme é importante porque evidencia o legado das travestis às novas gerações. “Se estou aqui hoje, de mulher, expressando minha arte, devo isso aos travestis, que lutaram para ser quem são em tempos de difíceis do regime militar”, diz. O filme, todo feito com um crowdfunding que arrecadou pouco mais de 150.000 reais, teve pré-estreia na terça-feira passada. A atriz conta que teve dificuldade de obter patrocínio por causa do tema polêmico.