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Flordelis nega suspeita de traição do marido assassinado em casa

Deputada repete tese de tentativa de assalto e aponta para supostas falhas na investigação

Por Da Redação
Atualizado em 18 jun 2019, 17h59 - Publicado em 18 jun 2019, 17h19
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  • A Polícia Civil do Rio de Janeiro apontou Lucas dos Santos, de 18 anos, como responsável por tramar a morte do pai adotivo, o pastor Anderson do Carmo, e ser um dos executores do assassinato ocorrido na madrugada do último domingo, 16. Segundo policiais da Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo (DHNSG), o jovem teria confessado que encomendou o crime com Flávio dos Santos Rodrigues, de 38 anos, filho biológico da deputada federal Flordelis.

    A motivação do assassinato teria sido uma traição de Anderson, que estaria mantendo uma relação amorosa extraconjugal. No depoimento, após policiais mostrarem imagens de câmeras de segurança em que ele aparece na cena do crime, Lucas teria confessado o crime e acusado Flávio de ser um dos mandantes, ainda segundo a polícia.

    Lucas foi adotado pela deputada Flordelis e pelo pastor. O jovem foi preso quando prestava depoimento na delegacia e, contra ele, havia um mandado de apreensão por tráfico de drogas quando ainda era menor de idade. Flávio tinha um mandado de prisão pendente por violência doméstica e foi preso durante o sepultamento do corpo de Anderson no cemitério Memorial de Nictheroy, no bairro Laranjal, em São Gonçalo.

    A deputada não fez nenhum pronunciamento nesta terça, mas, em uma longa entrevista ao site gospel PlenoNews, na noite desta segunda, 17, ela fez diversos questionamentos sobre o caso.

    “Por que [os policiais] foram querer cumprir este mandado [de prisão contra dois filhos dela] só agora?” Sobre a ordem de prisão logo após o enterro: “A polícia queria parecer. Minha filha conta que os mesmos policiais que levaram meu filho também estavam na cerimônia de velório em nossa igreja, na noite anterior. Por que não agiram naquele momento, mas só no enterro? Vou avaliar tudo isso e vou entrar com uma ação com tudo o que for cabível.”

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    O laudo da necropsia divulgado pela investigação mostrou que o pastor teve 30 perfurações pelo corpo. “Não. E isso é uma inverdade. Nós ouvimos apenas seis tiros. Estão falando em 30 tiros, 60 tiros. E vão inventando. Ele teve 12 perfurações, e mais as duas perfurações que encontraram no carro. Ou seja, um total de 14. Chegaram a dizer que não seria possível abrir o caixão porque meu marido estaria com o rosto desfigurado, já que tinha levado muitos tiros. Mas eu mandei abrir o caixão, e o rosto dele estava normal. Ninguém me chamou ou chamou alguém da família para ir ao IML (Instituto Médico Legal) checar alguma coisa. Mas foi meu sobrinho que vestiu ele e disse que ele não estava cheio de furos. Nós fizemos a foto da localização marcada de todos os projéteis encontrados pela perícia. E não passam de oito.”

    Sobre a suspeita de o casal nem ter saído da casa. “Nós saímos de casa por volta de meia-noite, e fomos dar uma volta na zona sul do Rio. Estou acostumada a chegar tarde em casa. Estou sempre em viagens e eventos. Chego tarde de cidades como Itaperuna ou da Baixada Fluminense. E nesta noite nós chegamos por volta de 2h45.”

    Flordelis afirmou que a rua onde mora, em Niterói, tem histórias de assaltos. Também disse que o marido dela tinha hábito de reagir a assaltos. “Certa vez, roubaram o celular dele no centro da cidade, e ele correu atrás do assaltante até conseguir pegar a pessoa e o celular. Outra vez, assaltaram o carro em que estávamos, e os bandidos estavam de fuzil. Mesmo assim, ele discutiu com os assaltantes e levou um soco, e mandaram ele calar a boca. Ele não se entregava, não baixava a cabeça e lutava. Isso era dele.”

    Sobre os motoqueiros que ela diz ter seguido o carro deles. “Quando voltamos do Rio, decidimos vir pelo bairro de São Francisco. Foi quando vi a moto, achei estranho e comentei. Como ele não ficou preocupado, resolvi jogar meu joguinho no celular e ficar tranquila.”

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    Sobre a hipótese de traição. “Na delegacia me perguntaram sobre alguma suspeita dele estar me traindo. Eu respondi que, pelo que sei, meu marido não estava me traindo. Que eu saiba, nunca vi nada. Disse que poderiam entrar em minhas redes sociais e investigar minha vida com ele. Nós estávamos muito bem. Nunca percebi nenhum envolvimento de meu marido com ninguém. Podem até dizer que eu estou tentando proteger. Mas ele nunca saía sozinho, estava sempre com um filho ou com outro, trabalhando sem parar. Como ele teria tempo para isso?”

    Sobre o governador Wilson Witzel (PSC), que disse que uma das suspeitas para o crime é que um dos filhos adotivos do casal tenha cometido o crime. “Na verdade, eles querem achar algo, querem resolver o caso, já que o da Marielle [Franco] não foi resolvido. Não só o da Marielle. Aponte pra mim crimes no Rio de Janeiro que foram resolvidos. E eu sou uma pessoa pública, e o governador achou de me pegar como bode expiatório para dar uma resposta à população porque ele está sendo cobrado […] Está sendo cobrado por toda a violência que acontece no Rio. Agora me usar para isso, e eu não vou permitir.”

    Os cachorros estariam dopados, segundo a investigação. “Eles não latiram na hora do ocorrido. Mas morrem de medo de barulho, de fogos e de tiros. Agora estão tristes como nós estamos. Vamos aguardar os exames.”

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