General Villas Bôas vê ‘ameaça militar’ em falas de Macron sobre Amazônia
Chanceler Ernesto Araújo também se manifestou e relatou "injusta campanha internacional" sobre temas ambientais
Ex-comandante do Exército brasileiro, o general Eduardo Villas Bôas se manifestou na noite desta quinta-feira 22 sobre recentes declarações do presidente francês Emmanuel Macron, que afirmou que pretende discutir queimadas e o desmatamento da Amazônia na próxima cúpula do G7, que reúne sete das economias mais avançadas do mundo, a ser realizada neste final de semana.
Villas Bôas considera que a França não tem “autoridade moral” para tratar do assunto, mencionando testes nucleares realizados pelo país europeu na Polinésia Francesa a despeito de protestos internacionais. Em postagem no Twitter, general também alertou para “ameaças de emprego de poder militar” com base nas falas do presidente francês.
Além de Macron, outro chefe de Estado que estará presente na cúpula do G7, o premiê canadense Justin Trudeau, também se pronunciou no Twitter para apoiar que políticas a serem aplicadas na Amazônia brasileira sejam debatidas globalmente – ação que é interpretado por Villas Bôas como um “ataque direto à soberania brasileira”.
“Com uma clareza dificilmente vista, estamos assistindo a mais um país europeu, dessa vez a França, por intermédio do seu presidente Macron, realizar ataques diretos à soberania brasileira, que inclui, objetivamente, ameaças de emprego do poder militar”, escreveu Villas Bôas no primeiro de uma série de tuítes.
Outra autoridade a se manifestar sobre o caso na noite desta quinta-feira foi o ministro das relações Exteriores, Ernesto Araújo, que, também pelo Twitter, listou êxitos do governo Bolsonaro para declarar que a esquerda está propagando “mentiras” que levam a “uma campanha internacional feroz e injusta na área ambiental”.
Mais cedo, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, havia postado vídeo no qual um youtuber chama Macron de “idiota”. Jair Bolsonaro fez críticas ao presidente francês durante o dia, mas no fim da noite convocou ministros para buscar soluções sobre as queimadas na Amazônia.