O governo do Espírito Santo anunciou na noite desta sexta-feira o fechamento de um acordo com entidades representativas dos policiais e bombeiros que tentará pôr fim ao movimento iniciado há uma semana e que tirou os policiais militares das ruas do estado. Quatro associações assinaram o documento, junto com secretários estaduais.A grande incógnita para o efetivo fim da greve é como se comportarão as mulheres de policiais que bloqueiam as saídas dos batalhões da Polícia Militar impedindo a saída das viaturas – como militares não podem, por lei, fazer greve, essa foi a saída adotada pela categoria para uma “greve branca”, como definiu a Justiça, que declarou o movimento ilegal.O secretário estadual de Direitos Humanos, Julio Pompeu, disse em entrevista coletiva na noite desta sexta-feira, em Vitória, que “são os militares que cometem crime quando amotinados. São eles que pagam com o emprego, com a possibilidade de serem presos. Com as esposas, é um movimento popular, não militar, sobre elas não recai o mesmo peso da responsabilidade que cai sobre os nossos militares. Conversem com suas esposas, voltem às atividades. Não é razoável que nossos homens de farda fiquem paralisados diante de 127 mortos”.As mulheres não foram chamadas à reunião. A expectativa é saber se o acordo firmado pelas entidades será respeitado por elas, já que ele não inclui nenhum reajuste salarial, principal ponto do movimento – os policiais pediam 43% de aumento. O governo abre a possibilidade de isso acontecer a partir de maio, quando irá avaliar os resultados financeiros do primeiro quadrimestre do ano.O principal ponto do acordo é o compromisso firmado pelo governo de não punir os policiais que voltarem às ruas a partir das 7h deste sábado. Segundo o secretário de Direitos Humanos, os 703 policiais indiciados como líderes do movimento continuarão sendo investigados e ainda podem responder criminalmente, mas não sofrerão responsabilizações administrativas.“Quanto aos outros, se se não saírem às ruas amanhã, as ações anunciadas vão continuar [novos indiciamentos, corte do ponto, não pagamento de férias]”. O governo também se compromete a retirar todas as ações judiciais contra as entidades de classe.Outras medidas acertadas no acordo são a formação de uma comissão para, em 60 dias, apresentar um relatório sobre a carga de trabalho dos policiais e a elaboração de um cronograma para concretização das promoções previstas em lei e que não tenham sido efetivadas.PoliciaisO presidente da Associação dos Oficiais Militares do Espírito Santo, major Rogério, afirmou que vai trabalhar para que toda a categoria retorne ao trabalho até as 7h. “Se for preciso virar a noite para convencer todos os policiais que essa decisão vai salvar o emprego deles, nós faremos”, prometeu. O militar disse também que a categoria alcançou “a solução possível” e que acredita que haverá bom senso dos policiais. “Aqueles que comparecerem amanhã não sofrerão sanções administrativas. Ou seja, terão o seu emprego preservado. Cada um vai avaliar seu risco individualmente.”CriseO movimento, iniciado no sábado, dia 4, gerou uma crise na segurança pública do estado, com ao menos 121 mortes violentas em uma semana – a média de assassinatos no ano passado foi de 3,20 por dia -, saques em lojas, adiamento da volta às aulas (prevista para segunda-feira), interrupções do transporte coletivo e postos de saúde e outras repartições públicas fechados ou com atendimento restrito.O caso preocupou o governo federal, que enviou 3.000 militares e homens da Força Nacional de Segurança para patrulhar as ruas do estado e passou a monitorar outras unidades da federação – especialmente o vizinho Rio de Janeiro – para evitar que o efeito do movimento se alastrasse pelo país.Nesta sexta-feira, o presidente Michel Temer classificou o movimento de “inaceitável”, disse que o povo não pode ser feito refém e pediu a imediata volta ao trabalho.https://www.youtube.com/watch?v=UTHRr4QrFds zoom_out_map1/67 Após o apelo feito pelo governo Federal e Estadual para o fim da greve dos Policiais Militares do Espírito Santo (ES), um grupo de oficiais se apresentou na manhã deste domingo no Centro Histórico da cidade, para reassumir o trabalho - 12/02/2017 (Wilton Júnior/) zoom_out_map2/67 Policiais militares de férias e de folga voltam às ruas em Vitória (ES) - 11/02/2017 (Tânia Rêgo/) zoom_out_map3/67 Policiais militares de férias e de folga voltam às ruas em Vitória (ES) - 11/02/2017 (Tânia Rêgo) zoom_out_map4/67 Policiais militares de férias e de folga voltam às ruas em Vitória (ES) - 11/02/2017 (Tânia Rêgo) zoom_out_map5/67 Policiais militares de férias e de folga voltam às ruas em Vitória (ES) - 11/02/2017 (Tânia Rêgo) zoom_out_map6/67 Protesto denominado 'Caminhada das Famílias pela Paz' ocupa a orla da Praia de Camburi, em Vitória (ES). A crise de segurança no Estado chegou ao 9ª dia e já soma 142 homicídios, segundo o Sindicato dos Policiais Civis (Sindipol) - 12/02/2017 (Gilson Borba/Futura Press/) zoom_out_map7/67 Protesto denominado 'Caminhada das Famílias pela Paz' ocupa a orla da Praia de Camburi, em Vitória (ES). A crise de segurança no Estado chegou ao 9ª dia e já soma 142 homicídios, segundo o Sindicato dos Policiais Civis (Sindipol) - 12/02/2017 (Gilson Borba/Futura Press/) zoom_out_map8/67 Soldado do exército revista uma pessoa dentro de um ônibus, durante paralisação da polícia militar em Vila Velha, no Espírito Santo - 11/02/2017 (Paulo Whitaker/) zoom_out_map9/67 Soldado da Força Aérea patrulha de helicóptero, as ruas de Vila Velha, no Espírito Santo durante paralisação da polícia militar do estado - 11/02/2017 (Paulo Whitaker/) zoom_out_map10/67 Policiais militares não conseguem deixar o batalhão, em Vitória (Paulo Whitaker/) zoom_out_map11/67 Policial conversa com familiares que bloqueiam a entrada principal do batalhão da PM em Vitória no Espírito Santo - 11/02/2017 (Paulo Whitaker/) zoom_out_map12/67 Parentes de policiais protestam na entrada principal do batalhão da PM, durante greve da categoria em Vitória, no Espírito Santo - 11/02/2017 (Paulo Whitaker/) zoom_out_map13/67 Pelo sétimo dia, o estado em (ES) vive uma onda de violência que deixou 121 mortos. Escolas, postos de saúde e ônibus seguem sem funcionar na Grande Vitória e em outras regiões do estado 10/02/2017 (Paulo Whitaker/) zoom_out_map14/67 Pelo sétimo dia, o estado em (ES) vive uma onda de violência que deixou 121 mortos. Escolas, postos de saúde e ônibus seguem sem funcionar na Grande Vitória e em outras regiões do estado 10/02/2017 (Paulo Whitaker/) zoom_out_map15/67 Pelo sétimo dia, o estado em (ES) vive uma onda de violência que deixou 121 mortos. Escolas, postos de saúde e ônibus seguem sem funcionar na Grande Vitória e em outras regiões do estado 10/02/2017 (Paulo Whitaker/) zoom_out_map16/67 Exército patrulha avenidas da cidade de Vitória, Espírito Santo (Paulo Whitaker/) zoom_out_map17/67 Exército patrulha avenidas da cidade de Vitória, Espírito Santo (Paulo Whitaker/) zoom_out_map18/67 Exército patrulha avenidas da cidade de Vitória, Espírito Santo (Paulo Whitaker/) zoom_out_map19/67 Comerciantes fecham as portas por medo da violência na cidade de Vitória, Espírito Santo (Tânia Rêgo/) zoom_out_map20/67 Comerciantes fecham as portas por medo da violência na cidade de Vitória, Espírito Santo (Tânia Rêgo/) zoom_out_map21/67 Soldado do Exército revista uma pessoa durante patrulha nas ruas de Vila Velha, no Espírito Santo - 09/02/2017 (Paulo Whitaker/) zoom_out_map22/67 Soldados do exército patrulham as ruas de Vila Velha, no Espírito Santo - 09/02/2017 (Paulo Whitaker/) zoom_out_map23/67 Soldados do exército patrulham as ruas de Vila Velha, no Espírito Santo - 09/02/2017 (Paulo Whitaker/) zoom_out_map24/67 Soldados do Exército fazem a segurança das ruas e dos terminais rodoviários em Vila Velha, região metropolitana de Vitória - 08/02/2017 (Tânia Rêgo/) zoom_out_map25/67 Soldados do Exército fazem a segurança das ruas e dos terminais rodoviários em Vila Velha, região metropolitana de Vitória - 08/02/2017 (Tânia Rêgo/) zoom_out_map26/67 Soldados do Exército fazem a segurança das ruas e dos terminais rodoviários em Vila Velha, região metropolitana de Vitória - 08/02/2017 (Tânia Rêgo/) zoom_out_map27/67 Soldados do Exército fazem a segurança das ruas e dos terminais rodoviários em Vila Velha, região metropolitana de Vitória - 08/02/2017 (Tânia Rêgo/) zoom_out_map28/67 Soldados do Exército fazem a segurança das ruas e dos terminais rodoviários em Vila Velha, região metropolitana de Vitória - 08/02/2017 (Tânia Rêgo/) zoom_out_map29/67 Policiais descarregam um corpo no Instituto de Ciência Forense em Vitória, no Espírito Santo - 09/02/2017 (Paulo Whitaker/) zoom_out_map30/67 Soldado do Exército revista uma pessoa durante patrulha nas ruas de Vila Velha, no Espírito Santo - 09/02/2017 (Paulo Whitaker/) zoom_out_map31/67 Soldados do exército patrulham ruas e terminais rodoviários vazios em Vila Velha, região metropolitana de Vitória, Espírito Santo (Tânia Rêgo/) zoom_out_map32/67 Soldados do exército patrulham ruas e terminais rodoviários vazios em Vila Velha, região metropolitana de Vitória, Espírito Santo (Tânia Rêgo/) zoom_out_map33/67 Corpos chegam ao departamento médico legal de Vitória, durante onda de violência na cidade (Tânia Rêgo/) zoom_out_map34/67 Soldados do Exército patrulham praia em Vila Velha (ES). Crise na segurança pública do Espírito Santo levou caos ao estado e à capital Vitória, com a greve da Polícia Militar (Joel Silva/) zoom_out_map35/67 Soldados do Exército patrulham praia em Vila Velha (ES). Crise na segurança pública do Espírito Santo levou caos ao estado e à capital Vitória, com a greve da Polícia Militar - 08/02/2017 (Paulo Whitaker/) zoom_out_map36/67 Manifestantes contrários a greve da PM protestam em frente ao Quartel do Comando Geral da PM, no bairro de Maruípe (Gilson Borba/) zoom_out_map37/67 Manifestantes contrários a greve da PM protestam em frente ao Quartel do Comando Geral da PM, no bairro de Maruípe (Gabriel Lordello/) zoom_out_map38/67 Polícia Civil do Espírito Santo faz paralisação em protesto ao assassinato de um investigador na cidade de Colatina além de reivindicar melhores condições de trabalho - 08/02/2017 (Tânia Rêgo/) zoom_out_map39/67 Protesto de policiais civis em apoio à greve dos policiais militares em Vitória (ES) - 08/02/2017 (Tânia Rêgo/) zoom_out_map40/67 Protesto de policiais civis em apoio à greve dos policiais militares em Vitória (ES) - 08/02/2017 (Tânia Rêgo/) zoom_out_map41/67 Mulher vende remédios em uma farmácia através de uma janela, em Cachoeira do Itapemirim, Espírito Santo (Paulo Whitaker/) zoom_out_map42/67 Mulher vende remédios em uma farmácia através de uma janela, em Cachoeira do Itapemirim, Espírito Santo (Paulo Whitaker/)Mulher vende remédios em uma farmácia através de uma janela, em Cachoeira do Itapemirim, Espírito Santo zoom_out_map43/67 Suspeitos de assaltar lojas são detidos por policiais e soldados do exército, em Vitória (Paulo Whitaker/)Suspeitos de assaltar lojas são detidos por policiais e soldados do exército, em Vitória zoom_out_map44/67 Policiais abordam homens durante onda de violência em Vitória, Espírito Santo (Paulo Whitaker/)Policiais abordam homens durante onda de violência em Vitória, Espírito Santo zoom_out_map45/67 Manifestantes protestam contra a falta de polícia nas ruas queimando pneus em frente ao quartel central da PM do Espírito Santo - 07/02/2017 (Pablo Jacob/) zoom_out_map46/67 Funerárias retiram corpos do IML de Vitória após greve da Polícia Militar - As ruas do Espírito Santo seguem praticamente sem policiamento, com um movimento de familiares de policiais militares bloqueando a saída de viaturas - 07/02/2017 (Paulo Whitaker/) zoom_out_map47/67 Funerárias retiram corpos do IML de Vitória após greve da Polícia Militar - As ruas do Espírito Santo seguem praticamente sem policiamento, com um movimento de familiares de policiais militares bloqueando a saída de viaturas - 07/02/2017 (Joel Silva/) zoom_out_map48/67 Soldados das Forças Armadas realizam patrulhamento nas ruas da cidade de Vitória (ES) na tentativa de conter a onda de violência durante paralisação da polícia militar do estado - 06/02/2017 (Gabriel Lordello/) zoom_out_map49/67 Soldados das Forças Armadas realizam patrulhamento nas ruas da cidade de Vitória (ES) na tentativa de conter a onda de violência durante paralisação da polícia militar do estado - 06/02/2017 (Gabriel Lordello/) zoom_out_map50/67 Exército faz a segurança no Bairro Maruípe, em Vitória (ES). O Espírito Santo está sem a PM nas ruas porque protestos de familiares dos policiais bloqueiam as saídas dos batalhões. As famílias pedem reajuste salariam para a categoria, que é proibida de fazer greve - 07/02/2017 (Gilson Borba/Futura Press/) zoom_out_map51/67 Suspeitos de roubarem lojas são detidos pela Polícia Civil em Vitória, no Espírito Santo - 07/02/2017 (Paulo Whitaker/) zoom_out_map52/67 Suspeitos de roubarem lojas são detidos pela Polícia Civil em Vitória, no Espírito Santo - 07/02/2017 (Paulo Whitaker/) zoom_out_map53/67 Corpo é conduzido por membros do Instituto de Ciência Forense em Vitória, durante paralisação dos policiais militares do Espírito Santo - 07/02/2017 (Paulo Whitaker/) zoom_out_map54/67 Oficiais do exército prendem dois homens suspeitos de roubarem lojas em Vitória, no Espírito Santo. O estado enfrenta uma grave crise de segurança pública devido à paralisação dos policiais militares que reivindicam reajuste salarial e melhores condições de trabalho - 07/02/2017 (Paulo Whitaker/) zoom_out_map55/67 Segurança privada guarda a porta de uma loja no centro de Vitória, Espírito Santo - 07/02/2017 (Paulo Whitaker/) zoom_out_map56/67 Homens consertam uma porta de loja após ataque de assaltantes em Vila Velha, no Espírito Santo - 06/02/2017 (Vinicius Moraes/) zoom_out_map57/67 Loja da Casas Bahia fica com a porta destruída após ataque de assaltantes em Vitória, no Espírito Santo - 06/02/2017 (Gabriel Lordello/) zoom_out_map58/67 Parentes de policiais militares mostram cartazes durante protesto em apoio à paralisação da categoria na entrada de uma delegacia em Vila Velha, no Espírito Santo - 06/02/2017 (Vinicius Moraes/) zoom_out_map59/67 Violência no Espírito Santo - Comerciante que teve o carro atingido por quatro tiros na noite de domingo na BR 262 (Gabriel Lordello/) zoom_out_map60/67 Violência no Espírito Santo - Loja das Casas Bahia que foi arrombada e assaltada na noite de domingo (05/02) (Gabriel Lordello/) zoom_out_map61/67 Violência no Espírito Santo - Comerciante que teve o carro atingido por quatro tiros na noite de domingo na BR 262 (Gabriel Lordello/) zoom_out_map62/67 Manifestação de familiares de policiais impede saída de viaturas do Quartel do Comando Geral da Polícia Militar do Espírito Santo, na av. Maruípe, em Vitória (Gilson Borba/Futura Press/) zoom_out_map63/67 Comércio fechado na Vila Rubim em Vitória (ES), nesta segunda-feira (06), devido à greve de policiais. (Gilson Borba/Futura Press/) zoom_out_map64/67 Manifestação de familiares de policiais impede saída de viaturas do Quartel do Comando Geral da Polícia Militar do Espírito Santo, na av. Maruípe, em Vitória (Gabriel Lordello/) zoom_out_map65/67 Manifestação de familiares de policiais impede saída de viaturas do Quartel do Comando Geral da Polícia Militar do Espírito Santo, na av. Maruípe, em Vitória (Gabriel Lordello//) zoom_out_map66/67 Vista do Quartel do Comando Geral da Polícia Militar, em Vitória (ES). A Polícia Militar está fora das ruas desde a madrugada de sábado (4). (Gilson Borba/Futura Press/) zoom_out_map67/67 Lojas fechadas em Vitória em virtude da manifestação de familiares dos policiais militares do Espirito Santo, em frente ao Batalhão da PM na capital, que impede a saída das viaturas para patrulhamento nas ruas. (Gabriel Lordello/)