Governo federal envia força-tarefa de intervenção penitenciária a Manaus
Decreto oficializa o reforço de segurança por 90 dias para combater a crise penitenciária amazonense; 55 detentos já morreram no estado
Em decreto publicado no Diário Oficial da União desta quarta-feira, 29, o governo federal oficializa o envio de um reforço de segurança para combater a crise penitenciária enfrentada pelo Estado do Amazonas. Entre domingo e segunda-feira, 55 detentos morreram em unidades prisionais na capital Manaus.
A Força-Tarefa de Intervenção Penitenciária – FTIP atuará por noventa dias na cidade, para exercer atividades e serviços de guarda, vigilância e custódia de presos. O decreto não especifica o número de profissionais a ser disponibilizado, que obedecerá planejamento definido pelos entes envolvidos na operação.
O ministro de Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, havia antecipado a medida na manhã de terça-feira. Pela tarde, o porta-voz do Palácio do Planalto, Otávio Rêgo Barros, compartilhou impressões de Jair Bolsonaro sobre o massacre de presos cometido em Manaus.
“Obviamente, o presidente está consternado pelo processo escabroso que ocorreu naquele sistema penitenciário. E já vem orientando o ministro Moro no sentido de colocar toda a sua força como ministro da Justiça e Segurança Pública para apoiar aquele estado e debelar o mais pronto possível qualquer atividade que venha a se colocar em contra a sociedade, em especial aqueles presos que se encontram presos naquele complexo penitenciário”, disse Rêgo Barros.
Desde janeiro de 2017, quando uma rebelião deixou 56 mortos no Compaj, a Força Nacional de Segurança Pública já atua na segurança externa do presídio que voltou a registrar mortes nesta semana.
Mais quarenta mortes em três presídios
Após as quinze mortes registradas no Compaj no domingo, a Secretaria Estadual de Administração Penitenciária confirmou na segunda-feira, 27, que outros quarenta presos foram encontrados sem vida em três unidades prisionais em Manaus. O massacre ocorreu por enforcamento no Instituto Penal Antônio Trindade (Ipat), na Unidade Prisional do Puraquequara (UPP) e no Centro de Detenção Provisória Masculino (CDPM I).
Agentes do Grupo de Intervenção Prisional (GIP) e do Batalhão de Choque da Polícia Militar fazem revista e recontagem dos presos. Um inquérito será aberto para investigar os homicídios.