O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), classificou como um “salto triplo sem rede” a intervenção no Rio de Janeiro e reafirmou que erros não poderão ocorrer na ação. “Está se dando um salto triplo sem rede, não pode errar”, disse, em encontro com jornalistas na manhã desta sexta-feira (16).
No encontro, Maia também disse que a medida é uma decisão “muito contundente, dura e num momento extremo” do governo federal. O deputado disse que foi convidado para participar da reunião com o presidente Michel Temer (MDB) nesta quinta-feira e que o próprio governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (MDB-RJ), disse que a intervenção era a única solução. “Como o governador disse que era o único caminho, parece que, nessas condições, a forma de restabelecer a ordem é essa”, afirmou Maia.
O presidente da Câmara disse ainda que, com a intervenção, a agenda de segurança passa a ter prioridade tanto no Executivo quanto no Congresso Nacional. Ele defendeu mudanças no Estatuto do Desarmamento e informou que o tema será colocado em discussão no Congresso no esperado pacote de segurança.
“Acho que a matéria vem junto com essa pauta de segurança”, disse. “O governo e o Congresso precisam pensar em agenda para endurecer as leis em relação a tráfico de drogas e armas. Não é apenas a intervenção, é a necessidade de ter leis mais duras e modernizá-las”, completou
Maia disse que não sabe qual o prazo de intervenção e que agora é preciso estabelecer as regras e as estratégias do governo. Ele lembrou que a ação é algo excepcional, desde a Constituinte de 1988. Ele anunciou que haverá outra reunião nesta sexta para discutir os prazos da intervenção, perto do horário do almoço.
Em post publicado no Twitter, Maia escreveu que a população do Rio vive hoje em “desespero”. O presidente da Câmara, que é deputado pelo Estado do Rio de Janeiro, rebateu a informação de que teria sido contra a intervenção. “Eu sempre apoiei a intervenção federal no Rio”, escreveu.
Relatos da reunião desta quinta-feira (15) para decidir sobre a intervenção, mostraram que o presidente da Câmara não era favorável pela intervenção e, depois, foi convencido. No post, Maia disse que tem certeza que a medida conta com o apoio da população carioca e fluminense. Segundo Maia, não há ambiente no Rio onde as pessoas se sintam seguras.