Interventor federal na segurança pública do Rio de Janeiro, o general Walter Braga Netto negou nesta terça-feira que vá repetir a experiência que comandou na favela da Maré, entre 2014 e 2015, e colocar o Exército para ocupar de forma permanente áreas deflagradas. Ele disse que operações podem “durar um pouco mais”, mas que não “existe planejamento de ações permanentes em comunidades”.
Braga Netto afirmou que a intervenção não vai alterar a forma de atuação das Forças Armadas no Rio de Janeiro, que continuarão a não executar mandados de prisão ou de busca e apreensão, apenas fazendo um trabalho “de suporte” às ações das polícias Civil e Militar. “Cada órgão vai cumprir seu papel”, completou.
Ele ressaltou que considera a intervenção um trabalho “gerencial” que visa recuperar “a credibilidade da instituição segurança pública”. As ações, completa, servirão para que a população “perceba essa sensação de segurança”. Braga Netto definiu o Rio de Janeiro como “um laboratório para o Brasil” e argumentou que vê uma “janela de oportunidades” no estado.
Nomeado há 11 dias pelo presidente Michel Temer (MDB), o interventor oficializou o substituto de Roberto Sá como secretário de Segurança Pública: conforme esperado, o general da ativa Richard Nunes assumiu o cargo. Outro nome que vai auxiliar Braga diretamente é o general Mauro Sinott, na função de chefe de gabinete do interventor. Os demais cargos ficarão como estão “enquanto o general Richard estuda o que deve ser alterado”.
Questionado sobre suas primeiras medidas operacionais, o general Braga Netto afirmou que estas ficarão a cargo de Sinott e Nunes. O chefe de gabinete não especificou uma ação específica, mas ressaltou que a prioridade será a recomposição de efetivos “para retomar o policiamento ostensivo” e os reforços na logística das operações.