Fim de novela: depois de vários dias de suspense, a advogada Janaina Paschoal anunciou, por meio de sua conta no Twitter, que está declinando do convite para ser vice na chapa de Jair Bolsonaro (PSL) à presidência da República. “Conversei com o Dep. Bolsonaro e com o Pres. do PSL, Dr. Gustavo Bebbiano, e cheguei à conclusão de que, neste momento, não tenho como concorrer à Vice-Presidência. Por questões familiares, por ora, eu não posso me mudar para Brasília. A minha família não me acompanharia”, alegou Janaina.
Ao justificar as razões da negativa, ela ponderou que tentou “todas as composições possíveis” para viabilizar a eventual função com sua vida em família. E fez a promessa de continuar lutando “por um país de mentes livres”. “Acho que nasci para isso”, diz.
A ex-quase-vice garantiu ainda que Bolsonaro não é preconceituoso. “Sou testemunha de que Bolsonaro não é machista. Ele me tratou de igual para igual, desde o primeiro momento. Sou testemunha de que ele não é autoritário, cedeu em muitos pontos”, disse. E concluiu: “Amo vocês!”
A advogada que foi uma das signatárias do pedido de impeachment da petista Dilma Rousseff foi o terceiro revés na tentativa de Bolsonaro de encontrar uma vice para sua chapa. Antes, o presidenciável – que aparece como líder nas pesquisas com a provável inegibilidade do ex-presidente Lula – ouviu um não do senador Magno Malta – cujo partido, o PR, terminou engrossando o bonde do Centrão em aliança com o tucano Geraldo Alckmin.
Em seguida, o deputado federal convidou o general Augusto Heleno Ribeiro Pereira, mas o partido dele, o nanico PRP, não deu aval à ideia. Com a “operação Janaina”, Bolsonaro não ampliaria seu tempo de TV – já que ela é filiada ao seu próprio partido, o PSL, mas agregaria o símbolo da coautora do impeachment, além de uma figura do sexo feminino à chapa – o que poderia ser um antídoto contra as acusações de machismo contra o candidato e seu baixo apelo entre as mulheres.
Com a recusa oficial de Janaina, o nome mais forte na bolsa de apostas para vice de Bolsonaro é o de Luiz Philippe de Orléans e Bragança, “príncipe” e herdeiro da antiga casa real brasileira e criador do movimento anti-petista Acorda Brasil. Nesta sexta-feira, 3, em sabatina no canal Globonews, o presidenciável afirmou que Orléans e Bragança era eu “plano B”.
O nome do “príncipe” deve ser confirmado na vaga neste domingo, na convenção do PSL em São Paulo.