Joesley afirma que Temer antecipou a ele queda nos juros; BC nega
Informação está em delação do empresário; presidente teria dito que queda seria de 1%, o que foi confirmado na primeira reunião do Copom após o encontro
O Banco Central emitiu nota no início da tarde desta quinta-feira negando que o presidente Michel Temer (PMDB) tivesse antecipado ao empresário Joesley Batista, um dos donos da JBS, que haveria um corte na taxa de juros Selic.
O repasse da informação privilegiada – que levaria o empresário a ter ganhos no mercado financeiro – consta da delação premiada do empresário, homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e foi antecipada pelo site O Antagonista e confirmada pelo jornal Folha de S. Paulo.
Segundo o BC, as decisões do Comitê de Política Monetária (Copom) “são tomadas apenas durante as reuniões e são divulgadas imediatamente após seu término por meio de comunicado” na internet. “Portanto, não existe possibilidade de antecipação da decisão a qualquer agente, público ou privado. Sinalizações sobre possíveis futuras decisões são emitidas nos documentos oficiais do Banco Central”, diz a nota.
Segundo as informações veiculadas, Temer teria antecipado o corte da taxa Selic em um ponto percentual em conversa gravada pelo empresário no dia 7 de março, à noite, no Palácio do Jaburu, onde mora o presidente. Foi nesse encontro que o peemedebista teria dado aval a Joesley para que pagasse propina para garantir o silêncio do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB).
Pouco mais de mês depois, na primeira reunião após o encontro entre Temer e Joesley, o Copom reduziu a taxa em um ponto percentual, para 11,25%.