Morre jovem de 19 anos queimada pelo namorado em SP
Isabela Miranda de Oliveira foi abusada sexualmente por cunhado, segundo testemunhas; namorado teria confundido estupro com traição
A estudante Isabela Miranda de Oliveira, de 19 anos, que foi agredida e queimada pelo namorado, foi enterrada nesta sexta-feira, 8, no Cemitério Municipal Orlando Mollo, em Caieiras, município da Grande São Paulo. Isabela teve o corpo incendiado pelo namorado, William Felipe de Oliveira Alves, de 21 anos, durante um churrasco em Franco da Rocha, na região metropolitana de São Paulo, no domingo de Carnaval, dia 3.
Segundo relatos de testemunhas, Isabela foi abusada sexualmente pelo cunhado, de 23 anos, enquanto dormia após passar mal. O namorado teria ido até o quarto e flagrou os dois na cama. Ao ver a cena, o namorado achou que o ato era consensual, espancou Isabela e em seguida, ateou fogo no cômodo.
A estudante, que teve mais de 80% do corpo queimado, e o cunhado foram socorridos no Hospital Estadual Francisco Morato, de acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP,. A jovem não resistiu aos ferimentos e morreu nesta quinta-feira, 7.
Foi solicitada uma perícia no local do crime e duas facas foram apreendidas. O caso foi registrado como lesão corporal e tentativa de homicídio qualificado na delegacia de Franco da Rocha. Após passar por audiência de custódia, William teve a prisão decretada pela Justiça.
Feminicídio
A Câmara aprovou no final de fevereiro o pedido da deputada Flávia Arruda (PR-DF) para a criação de uma Comissão Temporária Externa destinada ao acompanhamento dos casos de violência doméstica contra a mulher e feminicídio no País.
A deputada quer verificar como os estados estão atuando, quais são as políticas implementadas, quais os recursos destinados para esse enfrentamento e se há ou não orçamento garantido para a execução dessas políticas de forma permanente.
Em média, uma mulher é vítima de feminicídio no Estado de São Paulo a cada sessenta horas. Em 2018, 148 assassinatos foram registrados já no boletim de ocorrência como derivados de violência doméstica ou por “menosprezo ou discriminação à condição de mulher”.
O número de mortes é 12,9% maior do que o registrado no ano anterior (131) e mais do que o dobro do que o observado em 2016 (70), embora a quantidade de homicídios dolosos tenha diminuído no estado. Os dados foram levantados pelo Estadão Dados com base em boletins de ocorrência da Secretaria de Segurança Pública (SSP).