O ministro da Defesa, Raul Jungmann, disse que se o chefe do tráfico da favela da Rocinha, na Zona Sul do Rio, Rogério Avelino da Silva, o Rogério 157, voltar à região, as Forças Armadas também retornarão. O ministro afirmou que um dos motivos para a saída das tropas foi a informação de que Rogério deixara a favela.
“Soubemos que ele não estava mais na Rocinha, então não fazia mais sentido manter aquele efetivo lá, paralisado. Além disso, temos várias outras operações programadas, em outras comunidades, que também reclamam a presença das Forças Armadas”, disse Jungmann nesta sexta-feira 29. “Mas se ele voltar nós voltaremos, estamos organizados para retornar em duas horas, caso sejamos acionados de novo”, afirmou.
Na manhã desta sexta-feira um homem foi preso por esfaquear uma pessoa. Questionado sobre os relatos de violência registrados na comunidade nesta quinta-feira, quando foi anunciada a retirada do efetivo, Jungmann disse que que “é utopia” pensar que os crimes serão zerados.
“A Rocinha tem 70.000 habitantes e muitos homicídios, imaginar que nós vamos conseguir chegar ao delito zero é evidentemente uma utopia. Essa questão é policial e deve ser resolvida no âmbito das polícias”, disse.
O ministro também criticou a proposta da Defensoria Pública da União que defende o retorno de todos os detentos que estão há dois anos ou mais no sistema penitenciário federal aos seus estados de origem. “Isso é dar um mãozinha ao crime organizado. Espero que isso seja barrado. Isso não é a favor dos direitos humanos, é a favor dos criminosos que matam”, disse.
A reportagem do jornal O Globo desta sexta-feira afirma que a Defensoria Pública da União pediu que todos os detentos de presídios federais sejam enviados de volta a seus estados. A ação, protocolada no Supremo Tribunal Federal, poderia levar de volta ao Rio 55 chefes do tráfico, como Fernandinho Beira-Mar e Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, ex-comandante do tráfico na Rocinha.
(Com Estadão Conteúdo)