Há limites para a arte? Os candidatos classificados para a segunda fase da Fuvest tiveram de abordar esse tema na redação, aplicada neste domingo, 7. Mais de 21 700 pessoas estavam classificadas para prestar o exame.
Segundo estudantes, o enunciado da redação trazia três textos sobre casos recentes envolvendo críticas a exposições de arte. A prova citava a exposição “Queer Museu”, fechada no ano passado pelo Santander Cultural de Porto Alegre após críticas, a instalação “Bandeira Branca”, de Nuno Ramos, que manteve urubus presos em gaiolas, e as obras do inglês Marc Quinn, que utilizou o próprio sangue em alguns de seus trabalhos.
“A arte não deveria ter limites, mesmo se fere valores de determinados grupos, mas precisa seguir a legislação”, defende o estudante João Negasti, de 25 anos.
Já o professor de inglês Diego Ferreira da Silva, de 31 anos, ressaltou que o tema foi importante para levantar essa questão entre os jovens. Vestibulando de Letras, ele defendeu em seu texto que censurar a arte é um crime. “Não podemos limitar a arte. Caso contrário, não é, é só uma coisa bonita”, comenta.
Além da redação, os participantes responderam a 10 questões dissertativas de português, das quais ao menos três se referiam a leituras obrigatórias da Fuvest: “Iracema”, de José de Alencar “Memórias póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis, e “Claro Enigma”, de Carlos Drummond de Andrade.
(com Estadão Conteúdo)