Lula diz que ‘golpe’ mira conquistas sociais e pede ‘povo na rua’
Em ato na Av. Paulista, ex-presidente critica política de corte de gastos de Temer e afirma que só ‘presidente legítimo’ pode fazer país voltar a crescer
Por Eduardo Gonçalves
Atualizado em 4 jun 2024, 18h44 - Publicado em 15 mar 2017, 20h31
O ex-presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, discursa para trabalhadores e integrantes de centrais sindicais e diversas outras entidades protestam na Avenida Paulista, em São Paulo, no Dia Nacional de Paralisação e Mobilização, contra as Reformas da Previdência e Trabalhista - 15/03/2017 (Miguel SCHINCARIOL/AFP)
Continua após publicidade
Em clima de comício eleitoral, para uma plateia formada por sindicalistas e militantes de movimentos sociais e de grupos de esquerda, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o “golpe” (impeachment de Dilma) foi dado para “acabar com as conquistas sociais do povo” e que só o “povo na rua” e “um presidente legítimo” podem mudar a situação.
“O golpe foi dado para colocar (no poder) um cidadão sem nenhuma legitimidade para acabar com as conquistas sociais do povo. E uma força política no Congresso para enfiar goela abaixo do povo brasileiro uma reforma que vai impedir a aposentadoria de milhões”, afirmou. “Somente com o povo na rua e com um presidente legítimo conseguiremos fazer esse país a crescer”, disse o petista. Para ele, Temer não tem legitimidade para fazer reformas e que ele seria apenas “diretor de uma associação comercial”.
O discurso, feito em cima de um carro de som, foi curto para os padrões de Lula – cerca de 20 minutos. O ex-presidente chegou por volta das 18h30 à concentração de manifestantes na altura do Museu de Arte de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista, vestindo preto. Foi recebido ao som do célebre jingle de outras campanhas “Olê, olê, olê, olá, Lulá, Lulá”.
Apesar de ser a principal alternativa do PT para a disputa presidencial – caso não seja condenado em segunda instância em nenhum dos cinco processos nos quais é réu na Justiça -, Lula não falou sobre ser candidato a um terceiro mandato presidencial em 2018. Muitos manifestantes, no entanto, levantavam cartazes pedindo que ele dispute a eleição.
O ex-presidente criticou duramente o governo do presidente Michel Temer (PMDB), principalmente com relação à política de cortar gastos para conter a crise econômica brasileira. “É preciso parar com essa bobagem de cortar. Quem não sabe governar só sabe vender. Tem que voltar a ter bancos públicos. BNDES tem que voltar a investir”, afirmou.
Ele afirmou que “problema na Previdência tem”, mas disse que “não é dinheiro” e que, “para resolver, o país precisa voltar a crescer, criar empregos”. “O problema não é dinheiro. Eu queria que o Meirelles (Henrique Meirelles, ministro da Fazenda) e o Temer estivessem ouvindo”, afirmou.
O ato, segundo a Central Única dos Trabalhadores (CUT), uma das organizadoras, reuniu cerca de 200 mil pessoas. A Polícia Militar não fez estimativa. No final da tarde, o público ocupava seis quarteirões da Avenida Paulista.
Ocupar o Congresso
Antes de Lula, o coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, convocou os manifestantes a tomarem o Congresso quando a reforma da Previdência começar a ser votada. “Vamos tomar esse Congresso Nacional. Vamos na base eleitoral de cada deputado para dizer que, se eles votarem na reforma da Previdência, não vão ter voto no próximo ano”, disse.
Continua após a publicidade
Outro a discursar, Antonio Carlos Silva, do PCO, defendeu que os manifestantes fossem até Curitiba no dia do depoimento de Lula ao juiz Sergio Moro, responsável pela Operação Lava Jato na primeira instância. “Se prender o Lula, vai ter que prender todos nós”, afirmou.
1/26 Manifestantes ocupam a avenida Paulista durante protesto contra as reformas trabalhista e da Previdência propostas pelo governo Michel Temer - 15/03/2017 (Miguel SCHINCARIOL)
2/26 O ex-presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, discursa para trabalhadores e integrantes de centrais sindicais e diversas outras entidades protestam na Avenida Paulista, em São Paulo, no Dia Nacional de Paralisação e Mobilização, contra as Reformas da Previdência e Trabalhista - 15/03/2017 (Miguel Schincariol/AFP)
3/26 O ex-presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, discursa para trabalhadores e integrantes de centrais sindicais e diversas outras entidades protestam na Avenida Paulista, em São Paulo, no Dia Nacional de Paralisação e Mobilização, contra as Reformas da Previdência e Trabalhista - 15/03/2017 (Miguel SCHINCARIOL/AFP)
4/26 Manifestantes ocupam a avenida Paulista durante protesto contra as reformas trabalhista e da Previdência propostas pelo governo Michel Temer - 15/03/2017 (Miguel Schincariol/AFP)
5/26 Manifestantes ocupam a avenida Paulista durante protesto contra as reformas trabalhista e da Previdência propostas pelo governo Michel Temer - 15/03/2017 (Miguel SCHINCARIOL/AFP)
6/26 O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva cumprimenta populares na chegada ao protesto na Avenida Paulista, em São Paulo, no Dia Nacional de Paralisação e Mobilização, contra as Reformas da Previdência e Trabalhista - 15/03/2017 (ROGÉRIO PADULA/FOTORUA/Protegido: Estadão Conteúdo)
7/26 Manifestantes ocupam a avenida Paulista durante protesto contra as reformas trabalhista e da Previdência propostas pelo governo Michel Temer - 15/03/2017 (Miguel SCHINCARIOL)
8/26 Trabalhadores de vários setores aderem ao Dia Nacional de Mobilização e fazem uma caminhada em protesto contra a reforma da Previdência em direção ao Palácio do Governo do Estado, em Curitiba (PR) - 15/03/2017 (Rodolfo Buhrer/Reuters)
9/26 Passageiros tiram foto de portão fechado em estação de metrô de São Paulo durante protesto contra a reforma da Previdência. - 15/03/2017 (Nacho Doce/Reuters)
10/26 Manifestantes bloqueiam a entrada no Ministério das Finanças em Brasília, em protesto contra a reforma da Previdência proposta pelo governo Michel Temer - 15/03/2017 (Evaristo Sá/AFP)
11/26 Cruzes são espalhadas pelo jardim do Palácio do Planalto em manifestação contra as reformas trabalhista e da Previdência, ambas propostas pelo governo Michel Temer - 15/03/2017 (Billy Boss/Câmara dos Deputados)
12/26 Manifestantes protestam na Avenida ACM, em Salvador, Bahia, contra as reformas trabalhista e da Previdência propostas pelo governo Michel Temer - 15/03/2017 (Isac Kosminsky/Folhapress)
13/26 Movimentos sociais e de trabalhadores ocupam o Ministério da Fazenda, em Brasília, contra às reformas na Previdência propostas pelo governo Michel Temer - 15/03/2017 (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
14/26 Movimentos sociais e de trabalhadores protestam em Brasília contra as reformas na Previdência propostas pelo governo Michel Temer - 15/03/2017 (Billy Boss/Câmara dos Deputados)
15/26 Manifestantes protestam na Praça Santos Andrade, em Curitiba, Paraná, contra as reformas trabalhista e da Previdência propostas pelo governo Michel Temer - 15/03/2017 (Paulo Lisboa/Folhapress)
16/26 Movimentos sociais e de trabalhadores protestam em Brasília contra as reformas na Previdência propostas pelo governo Michel Temer - 15/03/2017 (Billy Boss/Câmara dos Deputados)
17/26 Em Belém, no Pará, movimentos sociais protestam contra a reforma da Previdência proposta pelo governo Michel Temer - 15/03/2017 (Thiago Gomes/Folhapress)
18/26 Movimentos sociais bloqueiam a via Presidente Dutra em São José dos Campos, no estado de São Paulo, em protesto contra a reforma da previdência proposta pelo governo Michel Temer - 15/03/2017 (Roosevelt Cássio/Reuters)
19/26 Manifestantes em Belo Horizonte, Minas Gerais, se concentram na Praça da Estação para protestar contra às reformas trabalhista e da previdência propostas pelo governo Michel Temer - 15/03/2017 (Alex de Jesus/Folhapress)
20/26 Agências bancárias ficam fechadas no centro do Rio de Janeiro. A paralisação de 24 horas é contra a reforma da Previdência proposta pelo governo Michel Temer e em discussão no Congresso Nacional - 15/03/2017 (Wilton Junior/Protegido: Estadão Conteúdo)
21/26 Sindicato dos Metalúrgicos promove protestos contra o governo e suas reformas trabalhista e previdenciária nas maiores fábricas na via Dutra, região de São José dos Campos (SP) - 15/03/2017 (Nilton Cardin/Folhapress)
22/26 Manifestantes protestam em Brasília contra a reforma da previdência proposta pelo governo Michel Temer - 15/03/2017 (Evaristo Sá/AFP)
23/26 Manifestantes bloqueiam a entrada no Ministério das Finanças em Brasília, em protesto contra a reforma da Previdência proposta pelo governo Michel Temer - 15/03/2017 (Ueslei Marcelino/Reuters)
24/26 Integrantes de movimentos sociais ocupam o Ministério da Fazenda em protesto contra as reformas da Previdência e trabalhista - 15/03/2017 (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
25/26 Cruzes são espalhadas pelo jardim do Palácio do Planalto em manifestação contra as reformas trabalhista e da Previdência, ambas propostas pelo governo Michel Temer - 15/03/2017 (Pedro França/Ag. Senado)
26/26 Cruzes são espalhadas pelo jardim do Palácio do Planalto em manifestação contra as reformas trabalhista e da Previdência, ambas propostas pelo governo Michel Temer - 15/03/2017 (Pedro França/Ag. Senado)
Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas R$ 5,99/mês*
ECONOMIZE ATÉ 47% OFF
Revista em Casa + Digital Completo
Nas bancas, 1 revista custa R$ 29,90.
Aqui, você leva 4 revistas pelo preço de uma!
a partir de R$ 29,90/mês
*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a R$ 5,99/mês.
PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis CLIQUE AQUI.