O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta está irritado por causa da decisão da Comissão de Ética da Presidência da República, que determinou que ele cumpra seis meses de quarentena remunerada antes de voltar a trabalhar. “Estou abismado, perplexo. Não consigo entender o motivo de impor quarentena a um ex-ministro da Saúde no meio de uma epidemia como a que estamos enfrentando”, afirmou o ex-ministro a VEJA.
Com a decisão, tomada nesta terça-feira, 26, Mandetta continuará recebendo o salário de ministro, cerca de 31 mil reais, mas fica impedido de exercer qualquer atividade no setor privado até completar os seis meses de sua demissão, ocorrida em abril. A decisão contrariou o ex-ministro, que revelou ter recebido dezenas de propostas de trabalho para elaborar planos de biossegurança para redes hoteleiras, clubes de futebol e empresas de cruzeiro marítimo e aeroportos.
“Eu até entenderia se houvesse algum conflito de interesse entre um novo trabalho e o Ministério da Saúde, mas meu caso é diferente de um presidente de Banco Central, por exemplo, que detém informações privilegiadas que precisam ser resguardadas. Nesse momento de pandemia, as pessoas estão em busca de informações para que possam reabrir seus negócios com segurança e eu, modéstia à parte, estudei esse assunto intensamente durante 120 dias”, disse.
O ex-ministro afirmou que ainda não recebeu oficialmente a decisão e que vai aguardar o detalhamento da quarentena. Mandetta fez a consulta à comissão para saber se poderia atuar na área de saúde em organizações privadas.
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